sábado, 10 de outubro de 2015

Ritmos: Masmoudi

O ritmo Masmoudi (ou Masmudi) é um grande conhecido das bailarinas. Este ritmo possui variações que o permitem encaixar desde em músicas clássicas até em dança ghawazee, hoje sendo visto também em músicas para a dança tribal.
Algumas fontes afirmam que é da Andaluzia, enquanto outras indicam que deriva da palavra “masmouda”, nome de uma região ao oeste de Marrocos. A tradução literal se refere a algo que se assemelha a uma base ou suporte, talvez por isso seja tão utilizado e apresente muitas semelhanças com outros ritmos.
 
Composição
Masmoudi Kebir ou Grande Masmoudi (Masmoudi três DUMs) ou "masmoudi de guerra" por apresentar uma cadência agressiva - 8/4 tempos - mais utilizado em solos e em clássicas: 
DUM DUM TAKA TAKA TA DUM TAKA TAKA TA TAKA TAKA TA
Masmoudi Saghir ou Pequeno Masmoudi (Masmoudi dois DUMs) ou "masmoudi caminhando" (usado para deslocamentos) - 4/4 tempos - é praticamente um Baladi, por utilizar a mesma estrutura com um tempo diferente (o Baladi tem 4 tempos, e o Masmoudi, 8. Há também quem diga que o baladi não é um ritmo, mas uma estrutura musical).
A notação gráfica é assim:
DUM DUM DUM TAKA DUM TAKA TAKA TAKA TAKA TA
ou
DUM DUM DUM TAKA DUM TAKA TAKA
Em resumo, repare que o ritmo é composto por duas frases de quatro batidas.
O ritmo aparece em músicas clássicas, modernas e até em tribais e gawazzees
Como treinar
Como se trata de um ritmo longo, você pode começar treinando a primeira frase e depois a segunda, separadamente. Aos poucos, treine a união de ambas, tocando sem parar a ligação. Acompanhe as duas versões que selecionamos para este post e comece a praticar.
 
Dicas de passos
Na versão mais lenta é possível usar desde batidas laterais, para marcar com ênfase os DUMs e twists, até ondulações. Já na outra versão, você pode fazer deslocamentos com básicos egípcios para frente e atrás e marotos.
Para encontrar o Masmoudi precisamos ficar atentos ao ouvir uma música clássica. Geralmente ele se associa aos deslocamentos e também aparece muito junto com Baladi. Para ilustrar melhor este ritmo decidi colocar uma música clássica interpretada pela dançarina Luciana Nogueira: Nasma de Sayed Balaha! 

Fonte:
https://cadernosdedanca.wordpress.com/2010/07/26/masmoudi/
http://www.dancadoventrebrasil.com/2009/05/ritmos-masmoudi.html

sábado, 3 de outubro de 2015

Ritmos: Karcilama (e dança também)

De origem turca, é conhecido também como Karsillama, Karsilama, Karshlama, Karcilama, Karschilama ou até mesmo Turkish Roman, por alguns profissionais, pela grande influência dos ciganos na música turca. Seu significado é frente a frente, cara a cara (a palavra afina-se com uma dança homônima da Turquia).
Características
Este ritmo é pouco comum na música ocidental. É composto por um compasso também raro 9/8, além de possuir três TAS fortes no final da frase musical. Também é chamado de “aqsaaq”, cuja tradução é “aquilo que marca” ou “quebrado”.
Sobre o ritmo em si, Merit Aton deixa bem claro que é um compasso de 9/8, com formação de três compassos de dois tempos e um de três. Shira também é uma grande referência com relação ao ritmo e toque de snujs.
Composição
Repare nos TAS característicos ao final da forma grafada.
A sua versão base é assim: DUM TAK DUM TATATA
Uma outra forma, mais completa e floreada é esta: DUM TAKATA TAKA DUM TATATA
Como treinar
Comece a tocar os snjus pela frase simples. Lembre-se  os DUMs, TAKs e TAs toque com a sua mão principal (varia para destros ou canhotos) e os e KAs com a outra. Ou então marque os DUMs com as duas mãos, enfatizando que são mais fortes. Treine o ritmo puro, com a ajuda de um CD e depois tente encontrá-lo nas músicas.
A dança
O mais autêntico seria dançar com um casal de homem e mulher ou em duplas de homens. Atualmente é bastante comum dançar o Karsilama em solos. Sabe-se que foi levada para a Grécia por imigrantes e lá se tornou a Zeybekikos. Nela, duplas dançam juntas fazendo quatro passos fortes e marcados. Em geral, é executada pelas Cengis, ciganas turcas, que giram suas sais e usam pandeiros como acessórios complementares.
Existem dois tipos. A dança Karsilama urbano, semelhante à dança do pandeiro, porém, o acompanhamento musical usa exclusivamente o ritmo homônimo e suas variações floreadas. Já a Karsilama é uma mistura de dança Sule Kule com a dança do ventre que conhecemos. Veja no YouTube como é a dança, em uma versão para palco e outra mais tradicional.
Originalmente o nome de um ritmo turco, o 9/8, mas também é utilizado por dançarinas como um estilo de dança turco. Ao longo dos tempos referenciou-se também como uma dança, e dependendo da região da Turquia, um país de grande extensão geográfica, é utilizado com passos bem típicos e diferenciados, com snujs, com colheres turcas ou mesmo sem acessório. Assim, temos Karshillama da região da Tracia, Rumeli, Merzifo, Edirne, Gumulcine, Tarakli, Bilecik e até mesmo dos Bálcãs, que por sua vez é conhecido como Mastika.
Dicas de passos
O Karsilama é um ritmo alegre, animado, o que não significa que seja acelerado. Como é mais usado com pandeiros ou meias-luas, é fácil encontrar movimentos comuns ao uso destes acessórios, como as batidas de quadril, ombro, giros e até shimies para os momentos mais acelerados. Agora que você já conhece alguns passos, veja a performance da bailarina Saida, em DVD instrutivo lançado com Mario Kirlis em 2007.
Curiosidades
Uma música bem típica é “Rampi, Rampi”. Muitos referenciam Karsilama Urbana quando dançada com snujs, uma outra possibilidade. Sobre os movimentos típicos, a idéia é mostrar força e energia, com bastante vibração dos quadris, pélvis, ondulações laterais e movimentos de 8 grandes. Já na parte de traje, o mais típico é encontrar a dançarina com calças folgadas, sem moedas, com ou sem lenço no quadril.
Assim, após todo este estudo a diretriz para quem quer estudar mais sobre Dança do ventre turca ou especificamente sobre Karshillama, é que se baseie em sites e vídeos de dançarinas turcas com renome internacional, ou seja, procurem realmente as fontes diretas, as raízes, de onde veio tal estilo/ritmo. Analisem sempre as referências e inicialmente tenham um aprendizado autêntico do estilo, para depois sim, usá-lo total ou parcialmente, como fusão ou não, mas sempre deixando bem claro qual a sua proposta de dança.

Fonte:
http://www.ventrequeencanta.com.br/karshilama.html
https://cadernosdedanca.wordpress.com/2010/10/25/karsilama/