sábado, 29 de outubro de 2016

Filme: Maqams, melodias de Alepo

Sinopse: Sheik Sabri Mudallal (83 anos) é considerado o último dos Mestres de Tarab e recitação em Alepo. A trupe (Turath) que ele fundou é considerada uma orquestra oriental que mantém o canto e a recitação em sua máxima originalidade e pureza, naquilo que se conhece de canto, processos musicais e instrumentos. De acordo com Mudallal, este tipo de canto está conectado com a lealdade às tradições do canto e a preservação da escola clássica de canto em Aleppo, que é considerada uma das principais escolas de música oriental. Embora esta escola seja baseada na recitação religiosa, muitos mestres reviveram e desenvolveram seus princípios no início deste século, entre eles estavam, Sheik Ali Darwish, Omar Al Batch e Bakri Al Kurdi. Sheik Sabri Mudallal, que era o discípulo desses mestres, é a testemunha que restou e o mantenedor da escola. Sua memória e experiência são uma referência histórica em relação a todos os seus antecessores.

Título original: Aleppo, Maqams for pleasure
Síria | 1998 | 52 min. - 16 anos
Gênero: Documentário
Direção: Mohamad Malas
Idioma: Árabe com legendas em francês

Sobre o diretor: Mohamad Malas nasceu em 1945 e é um dos principais representantes do cinema sírio. As guerras e conflitos com os quais conviveu ao longo de sua vida viriam a desempenhar um papel central em seus filmes, conferindo-lhe a reputação de um cineasta politicamente engajado. Suas obras mais conhecidas são "Dreams of the City"(1983), "The Night"(1992) e "Passion"(2005).


sábado, 15 de outubro de 2016

Shaabi

Muitos artigos, muitas definições, comparações e continua a maioria confundidos sobre este estilo e isso por acesso de muitas informações erradas sem nexo que não passa de uma opinião pessoal.
O problema é quando definir estilo, seja musical ou dança com tradução de uma palavra, então vamos por etapas.

- Tradução da palavra Shaabi – Sha3bi:
A palavra Shaabi vem da palavra “Shaab” ou digamos povo, nação, o Shaabi pode ser um estilo de roupa que ta na moda, uma nova gíria que está na boca de povo, um bairro tradicional que chamamos de bairros shaabi, tudo isso refere o significado da palavra APENAS.

- O Shaabi na musicalidade:
Temos 3 tipos de Saabi
1- Clássico – que foi da era da cinema e representado por vários cantores como Mohamed Roshdy e Moharam Fouad e outros
2- Mawal – é o mais usado especialmente no Cairo e explorado por todo Egito, neste estilo temos grandes referencias como o rei do Shaabi Ahmed Adawya e também grande ícones como Hassan Al Assmar e Hakim e muitos outros que seguem a mesma linha
3- O Tradicional – é o berço, desde foi criada a ideia de fazer uma música que atinge o povo, que refere acontecimentos e transformar ela em música, acontecimentos pode ser de amor, pode ser de revolta o que importa é que seja uma mensagem chega até o povo, e isso foi criado pelo o criador do Shaabi SAYED DARWISH
As músicas do Sayed Darwish teve a sua filosofia, ele sempre dizia que a música é uma língua universal que possa chegar a todos no redor do mundo, basta chegar ao povo “ser ouvida e cantada pelo o povo”. Suas músicas começaram a ter outro sentido, começou escrever para atingir o povo em todos os sentidos e suas músicas começaram a ser cantadas e repetida pela voz do povo e começou a nascer o “Shaabi”. Cada acontecimento tem a sua história e encima do acontecimento ele começou a fazer suas músicas.

O Shaabi na dança
Mas antes vamos eliminar certas informações que vi e li em muitas sites, revistas etc, informações que não passa de opinião pessoal e infelizmente não vai acrescentar nada pra ninguém tipo...
- Shaabi comparado com funk – O shaabi existe em todos os países árabes cada um tem o seu afinal é coisa de povo. O Shaabi moderno, tudo isso não tem nexo.
Quando falamos em Shaabi... a dança é 90% é ligada ao Cairo, especialmente quando falamos em Mawal. O Baladi, interpretando a mulher baladi, usando suas características, sua ginga, seu jeito de dançar, nada impede pode dançar Shaabi com Galabeya, pode dançar shaabi com traje clássico. Atente-se que estamos falando do perfil profissional e não do que acontece na nossa casa, nossas festas do bairro isso é importante porque é uma grande diferença.
- Importante também saber as diferenças entre o oriental Shaabi e o Street Shaabi porque muitas confundem e classificam como Shaabi moderno e isso não existe.

Importantíssimo
- Quais são os ritmos do Shaabi? Não esquenta, o shaabi é um estilo musical e não estilo de dança; então, quando se interpreta a música em si... cada música tem a sua mensagem, instrumentos e ritmos, O shaabi se identifica com a música e a bailarina interpreta a música.
- Não vão através do youtube para descobrir o Shaabi, Existe muitos vídeos publicados na rede de boates, noitadas, casas noturnas, e também casas de prostituição, somente a quem vive no Cairo e viveu suas noitadas que sabe como isso rola e onde é...
Também existem bairros no Cairo que quem manda são os malandros e tem o costume quando alguém faz festa de casamento nestes bairros é chamar prostitutas para dançar e animar a festa, estas não são bailarinas e isso não é arte a ser estudado. E sim, já aconteceu sim de postarem vídeos deste tipo e classificando como a dança do ventre no Egito hoje em dia, quando a verdade é muito longe de ser. 
- O Shaabi é totalmente improvisado? Não; o único estilo musical que pode ser improvisado é o mawal, seja no Baladi, seja no Saidi, seja na politica, pode improvisar o Mawal acompanhado com Mizmar, com Sax, com Nay, com Tabla e a bailarina tem que ter o talento para uma coisa chama TAKSIM. 

Dica
Conheçam cada estilo, escolham o estilo certo a ser interpretado; 
Conheçam as épocas, os cantores e as bailarinas que faz parte de cada época, assim vão saber tipos da música, seja em letra, instrumentos e como foi dançado nesta época.

- O que é Mawal? É uma manifestação, uma expressão, um poema, um acontecimento, uma história, um sonho, um lamento, todas estes temas se encontram num Mawal. O cantor pega o tema e conta em forma de canto.
- Como identificar o Mawal? Normalmente é falado ou cantado tudos antes da música, as vezes apenas com base baixa, tipo apenas uma flauta, um violino, mas sempre notas baixas, o intérprete conta o tema toda e depois entra a musicalidade. 
- Qual gênero musical?
Precisa tomar muito cuidado, mesmo que o Mawal se refira ao shaabi, precisamos saber que tipo do Mawal é essa e onde se enquadra, se é Baladi, se é Saidi, se é religioso, se é patriota; e a maneira correta para entender isso é conhecer o significado do Mawal (a que está sendo cantado). 
O início sempre o mesmo, é o improviso (é o Taksim da bailarina - rs), mas a partir do momento que entra a musicalidade aí você precisa se saber se é baladi, se é saidi ou se não é para ser dançado. 
- O tipo do Mawal mais usado na dança do ventre e no Shaabi é o Mawal Baladi, suas características são do Cairo, seu estilo, suas “Ahawy” casas de café, daí que saiu o Mawal, num encontro entre amigos.
- O Mawal é 100% Shaabi, cantado por tudo mundo e usado por tudo mundo, O povo canta e as bailarinas dançam, repetido em muitas ocasiões.

Ícones do Mawal desde os anos 70:
Falamos do Mawal e falamos do Egito que é a referência nisso, tivemos grandes cantores que fizaram o Mawal como, Abdo Al Ascandarani – Mohamed Roshdy – Mohamed Taha – Ahmed Adaweya – Hassan Al Assmar – Hakim e muitos outros.
- Existe Mawal também nos países árabes como Líbano, Síria, Palestina etc, mas a sua originalidade é Egito.

Uma nova febre musical tomou conta das noitadas e das mídias no Egito há uns 4 ou 5 anos: Street Shaabi, o estilo mais tocado entre os jovens no Egito.
Street Shaabi é a nova febre musical no Egito, mas cuidado para não confundir o Street Shaabi com o Oriental Shaabi.
Referenciado como power, o Street Shaabi vem representando uma mistura, um Mix entre o Pop Afro e Street Americano; então, não podemos considerar a sua linguagem musical como os outros estilos do Shaabi seja o Tradicional, o clássico e o Mawal. O seu forte é montar uma rima e usar a tecnologia com os instrumentos musicais cuja maioria é ocidental.
As diferenças entre o Street Shaabi e o tradicional Shaabi:
Precisamos ter o olhar egípcio quando falamos em músicas do Shaabi, são épocas e estilos diferentes, desde o Pai do Shaabi Sayed Darwish até o Rei do Shaabi Ahmed Adaweya, vários estilos e cada estilo tem seu gênero musical e também seu estilo de dança.

- Shaabi Tradicional
- Shaabi Clássico
- Shaabi Mawal

Cada estilo é pertence épocas diferentes e linguagem diferentes e com certeza na interpretação da dança também existe as diferenças.

O Street Shaabi, o Foco não é a mensagem na letra, não são os ritmos a serem aplicados, o foco é fazer uma rima com as palavras e o uso da mixagem eletrônica.
A inspiração vem do PopAfro e Street Americano, então não podemos citá-lo como raízes Egípcias menos ainda como tradição ou folclore.
O Street Shaabi é muito usado entre jovens, noitadas, festas, boates etc e mídia com certeza, digamos “Shaabi” apenas por uma razão, que é tocado e ouvido entre o povo, mas vale lembrar que não é um Shaabi raiz.

Oka&Ortega: dupla famosa no Egito
Street Shaabi na dança do ventre:
O street shaabi não é oriental, está muito longe de ser oriental shaabi. Quando interpretado o shaabi na dança do ventre, é preciso observar todos os elementos começando pelo o estilo (é tradicional, clássico ou mawal), e aí começa toda a preparação de figurino, assessórios, leitura, interpretação,...
No street shaabi não precisa nada disso porque não temos melodia, afinal, o foco é a mixagem, não temos ritmos, não temos estilo raiz, se não temos todas estes elementos então somos livres para interpretar Street.
Pode ser interpretado com roupas comuns, pode ser interpretado com roupas esportivas, pode ser interpretado solo, dueto e grupo, e também pode ser interpretado com traje de dança do ventre, mas lembrando que é um estilo rápido, acelerado então será muito esquisito fazer os movimentos "clássicos", afinal não tem marcações, leitura rítmica, ou um mero taksim.
As professores e coreógrafos egípcios que montam suas coreografias em músicas street dance, eles utilizam alguns movimentos orientais sim, mas isso para diferenciar entre o Street egípcio e os outros países, mas a maior parte dos movimentos está longe ser a dança do ventre. Vale a pena olhar estas diferenças sim  e decidir-se se interpreta a nova febre musical egípcia que é street Shaabi.

Fonte:
http://www.khaledemam.com/p/materias.html

sábado, 1 de outubro de 2016

Você gosta de se ver dançar?

Estava eu num grupo de estudos de dança do ventre (amigos da dança) e surgiu o papo "você gosta de se ver dançar?" e veio uma enxurrada de mensagens de pessoas de várias localidades do país (e até de fora) negando, apesar de todo mundo concordar que devemos nos gostar mais, que dançar deve ser algo divertido e que podemos aprender muito (e corrigir nossos erros) ao nos ver dançar.
Entretanto, eu também faço coro com a galera que não gosta de se ver dançar e isso não significa que eu não me divirta quando estou em cena. Eu não gosto porque simplesmente sempre acho que poderia ter feito melhor, sou perfeccionista e meio neurótica - admito! rs
Então, fui pesquisar e... quando se trata de fotografia... nunca estamos satisfeitos com a primeira foto e sempre batemos umas mil, né? Principalmente se ficar para a posteridade (facebook, twitter, instagram, snapchat,...), certo? Pois saiba que isso tem um motivo e é explicado cientificamente. - Imagino que essa explicação sirva para nossos vídeos de dança - rs.
Os cientistas da Universidade de New South Wales, na Austrália, foram atrás de explicações para esse fenômeno e fizeram uma pesquisa com 130 estudantes para analisarem suas próprias fotos e a surpresa foi geral quando 7% deles não se reconheciam na própria imagem.
E a explicação para isso é tão estranha quanto o resultado: o fato de convivermos diariamente com nosso próprio rosto cria uma espécie de costume em nos vermos, o que nos impede de conseguirmos nos retratar fielmente e por sua vez, faz com que não gostamos de muitas fotos em que nos vemos.
A pesquisa consistiu em reunir 130 estudantes. Cientistas pediram para eles baixarem 10 fotos de si mesmo do Facebook. No momento seguinte, eles foram filmados enquanto avaliavam qual foto parecia mais com eles na vida real.
Em seguida, eles fizeram duas fotos dos participantes, uma sorrindo e outra neutra e mostraram, junto com as fotos retiradas do Facebook, para 73 estranhos analisarem. Além disso, mostraram as imagens da rede social para 16 estranhos e os dois grupos deveriam associar a pessoa das reações com as imagens da foto. E os resultados mostraram que um desconhecido consegue ser 7% mais preciso que o dono do próprio rosto.
Os cientistas autores da pesquisa explicam que essa forma de não nos auto conhecermos ou não gostarmos da nossa imagem na foto se aplica também a outros gostos nossos, como a arte e a literatura, pois estamos tão acostumados com esses hábitos que quando nos deparamos com ele, acabamos nos decepcionando com a realidade oposta ao que nos refletimos. [ScienceAlert].
Em geral pensamos que a pessoa da fotografia é uma versão menos atraente da gente. E ai nos perguntamos: "Será que sou assim mesmo?" A resposta é sim. Ainda que você seja viciado em fotografia e que faça pose até para relâmpago, a pessoa na foto ou no vídeo é a sua real versão mundana. Mas não se preocupe, existe uma explicação razoável e bem simples de por que a pessoa da fotografia, ainda que saiba que é você, pareça tão pouco familiar: os espelhos.
Lógico, estamos acostumados a nossa imagem refletida em um espelho. Essa é uma vista muito familiar e você é a única pessoa do mundo que tem essa perspectiva todo santo dia. Quando alguém faz uma fotografia sua, essa visão não se encaixa perfeitamente naquilo que está acostumado.
A teoria dos psicólogos Theodore H. Mita, Marshall Dermer e Jeffrey Knight é que quando vemos uma fotografia de nós mesmos, sabemos que somos nós mas há algo que não está bem, que não faz sentido com o que vemos de forma cotidiana de nós mesmos.
"As pessoas preferirão uma fotografia facial que corresponda com sua imagem no espelho em vez da sua verdadeira imagem". Pode fazer um teste: abra uma foto no seu editor de fotos preferido e aplique o filtro espelho (mirror) e tchan-tchan-ran-tan... aí está você como você se vê.
Este fenômeno também evidencia e, de certa forma, explica o porquê as mulheres gostam tanto de tirar fotografias no banheiro. O segredo não está no banheiro, senão no espelho. Isto é chamado "efeito de mera exposição" (mere-exposure effect), que em termos mais simples pode ser explicado como um fenômeno psicológico pelo qual as pessoas desenvolvem uma preferência por um estímulo baseado somente na familiaridade que tenham com ele. Assim, quando vemos um estranho na fotografia que temos em frente, e somos nós, não aceitamos tão facilmente.
Ainda que algumas vezes odiemos a imagem fotográfica de nós mesmos, há que levar em conta que o movimento, a atitude, simpatia e personalidade estão justapostos sobre nós na vida real. E essas coisas, normalmente, nos tornam bem mais atraentes e belos do que realmente somos.
Agora que conhecemos o aspecto psicológico dessa repulsa, devemos pedir desculpas a nós mesmos dando-nos a liberdade de sermos humanos e cometermos pequenas tolices; mas também podemos fazer um paralelo para o nosso meio dançante, parar de mimimi e fazer uma autoavaliação coerente e nunca desistir de dar o nosso melhor sempre, nem deixar de estudar a história, a teoria, a técnica, a língua, os mitos,... enfim, a cultura!
Se o psicológico está te boicotando... sempre podemos encontrar saída e buscar uma solução numa terapia alternativa como ventreterapia ou bellycoach.

Fonte:
http://misteriosdomundo.org/porque-voce-acha-que-nao-sai-bonito-na-foto/
http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=29870