sábado, 25 de julho de 2015

Música Clássica

As músicas modernas geralmente são lineares, não oferecendo grandes mudanças. Costumam apresentar um ritmo só do início ao fim, e o mais comum é o ritmo said, embora às vezes possa ter também o baladi e o malfuf. Geralmente elas são cantadas, e como exemplos de cantores modernos temos Ehab Tawfic, Amr Diab, bem como Nancy, só para citar alguns.
Por não apresentar grandes variações, este tipo de música é o mais adequado para aquelas que estão começando a dançar, e que provavelmente sentirão dificuldades com uma música clássica, por exemplo.
Músicas folclóricas são aquelas adequadas para as danças folclóricas árabes dos mais diversos países, como a dança da Bengala, o Khaleege, entre outros. Entre os ritmos mais presentes estão o Said, o Malfuf, Falahi, o Soudi, o Ayubi.
Estes ritmos também podem estar presentes em outros estilos de música árabe, como as modernas e as clássicas. Ou seja, não é o ritmo que caracteriza o tipo de música. Na música folclórica muitas vezes há a flauta Mizmar, aquela cujo som é agudo e se assemelha a um “mosquito”.

De todas as músicas árabes disponíveis para nossa criatividade na dança, a música clássica é aquela que "não basta ser um rostinho bonito" para dançar. Se preparar para dançar uma música clássica é sobretudo estudar!! Sabe toda a nossa preocupação em passar ritmos, instrumentos musicais, dicas de professoras? Você pode usar estas dicas para uma outra finalidade, mas todas elas são necessárias para se dançar corretamente uma música clássica. As clássicas necessitam de ouvido atento (e afiado), conhecimento da sua estrutura, dos seus pormenores: hora de deslocar, de parar, de usar o véu e de soltá-lo, hora para tremer, para ondular, para pular, etc. A criatividade fica para os inúmeros passos que podemos explorar em cada momento, mas não para reinventar uma nova forma de interpretar os momentos da música.
Mas meninas, não pensem que isso é ditadura cruel das dançarinas do ventre, de um grupinho que está no topo. Não podemos sambar no frevo, não é? Ou dançar valsa no tango! Esta é a estrutura formada para que as dançarinas leiam todos os instrumentos da música, a função da dançarina é justamente expor essa harmonia entre melodia e percussão em 3D (como diria Hossam Ramzy). 
Para isso, vamos explicar por tópicos basicamente o que temos que nos atentar:
1. Introdução da música: O início é a apresentação da música e da banda. Não é a hora da bailarina entrar. NÃO DANCE!! Sequer apareça em frente ao público (já vi bailarinas paradas como estátuas com a mão na cintura ainda, que horror!). Esta é a apresentação da banda, por mais que ela não esteja ali fisicamente, esse momento não foi feito para a dança, mesmo que você ache lindo de morrer. Haverá uma próxima deixa na música é justamente para a entrada triunfal da bailarina.
2. Chamada da Bailarina: Ela pode ser longa ou só um floreio rápido. Fique atenta, uma variação da melodia de introdução é a chamada da dançarina. Geralmente ela vem após a percussão iniciar o ritmo da entrada. Nesse momento, o ritmo inicia puro, sem melodia, quando a melodia entra junto com ritmo, é a hora de entrar com deslocamentos ou andando (se o ritmo for o Vox, por exemplo). Mas caso você não conheça a música e não queira sair esbaforida, conte até 4 e entre no 5. A música árabe tem 2, 4 ou 8 tempos, normalmente, ou seja, ela "vira" após essa contagem, o que marca um novo momento da música.
Esta é a hora em que a plateia faz o primeiro contato com a bailarina. Vai querer ver quem é, conhecer seu rosto, sua postura, a roupa. Assim, o ideal é explorar o espaço, se fazer ser vista por todos e, para isso, abusar de deslocamentos grandiosos, como caminhada simples, passeio no bosque e evitar explorar muita técnica. “Quando a ORQUESTRA INTEIRA está a tocar, é esperado que a bailarina utilize uma área maior do palco e que crie grandes ondas de movimento, fazendo a sua coreografia parecer tão grande como o som da orquestra. Quando um solista está a tocar, a bailarina deve fazer o oposto.”
3. Maestria: Nesse momento, a música faz uma transição, portanto, a bailarina deve tentar se centralizar no espaço. Pode entrar um baladi, um saidi sem mizmar (cornetinha) ou um maksoum, por isso, agora sim é possível explorar técnica, em especial de quadril, e brincar com o público. Esse é o momento para parar de deslocar, e marcar com um básico egípcio. Só posso fazer básico egípcio? Bem, ele é o sinal que você reconheceu o ritmo, e num concurso ou numa prova isso é fundamental. Essa é a hora de largar o véu, se estiver com ele na entrada.
4. Floreio: Bem, a partir de agora a música vai variar não necessariamente na mesma ordem. Podemos ter um Taqsim (quanoun sempre se treme, alaúde se for dedilhado; instrumentos de sopro se ondula, com exceção do mizmar); um folclore (said com mizmar é Saidi! Pule, faça gracejos; soudi se dança khaleege; ayoub puro - sem melodia, só percussão - é zaar, baixe um santo); um derbake; ou podemos ter um ritmo de deslocamento (malfuf, vox, ayoub, masmoudi "caminhando" com 3 DUM) acompanhando a melodia alternando entre um momento e outro da música. Este é o momento da bailarina, ela é o destaque e deve chamar ainda mais atenção para a sua dança e para o que sabe fazer melhor.
4. Finalização: A melodia da introdução vai se repetir, podendo vir mais acelerada. É hora de girar - perto do final - e montar a sua pose de diva. Pode até fazer as mesmas sequências que fez no início. Outra opção, por exemplo, retomar os passos e repeti-los sem o véu de entrada.
Este é um modelo geral, mas é claro que pode sofrer variações, de acordo com a música. Porém, estudando bem este padrão, a probabilidade de reconhecer esta estrutura em qualquer música clássica é grande.
Entretanto, existem músicas como Shirin, por exemplo, que a entrada só termina no minuto 2:40, aproximadamente, mas existem várias variações ainda dentro da entrada! Para essas "pegadinhas" é preciso ouvir as músicas, quase memorizá-las, hehehe, especialmente se for do seu interesse se formar para dar aulas ou fazer concursos. Essas coisas a gente aprende perguntando, lendo, fazendo workshops, por isso é fundamental procurar se informar. Já vi muitas professoras "assassinando" músicas clássicas, coisa de dar dó. A aluna que está ali geralmente como "receptora", não consegue perceber que está aprendendo errado, aí vai lá pular no saidi, e só! Não lê os instrumentos melódicos, que nos indicam como variar nossos movimentos, nada de ficar na percussão, ela só indica se é para andarmos ou ficarmos paradas; entra na apresentação da banda, ignora os folclores "desconhecidos". Estudar é necessário, vamos nos empenhar para trazer técnica e qualidade à dança do ventre.

Fonte: 
http://www.dancadoventrebrasil.com/2010/02/musica-classica-na-danca-do-ventre.html#ixzz3fVVk7lyU
https://cadernosdedanca.wordpress.com/2010/12/01/a-estrutura-da-musica-classica/

sábado, 18 de julho de 2015

Solo de Percussão

Percussionista - Existem algumas regras básicas que um percussionista deve ter em mente para construir e apresentar um belo solo de derbaque:
1 - Evitar o uso abusivo de enfeites: devem sempre ser realizados em momento oportuno. Tal postura vale tanto para um solo de derbaque, quanto para um acompanhamento musical.
2 - Evitar repetir enfeites várias vezes. Essa prática tende a tornar o solo extremamente monótono.
3 - Prestar atenção ao compasso rítmico inicial do solo. É muito comum observar percussionistas que iniciam um determinado solo e, gradativamente, aumentam a velocidade inicial, ferindo a marcha natural do ritmo. Em geral, tal erro acontece com quem abusa dos enfeites.
4 - Evitar o toque muito acelerado ou tocar com afobação. Erro bastante comum e grave. Criou-se equivocadamente o mito de que todo bom percussionista árabe é aquele que toca com extrema rapidez.
5 - Buscar harmonizar os sons dos instrumentos. Tal diretriz deve ser seguida não só pelo derbaquista, mas também por todos os percussionistas que estiverem tocando em conjunto.
6 - Estabelecer uma seqüência lógica ao longo do solo. Esse cuidado evitará confundir a bailarina e/ou o espectador.
Esses aspectos são externos, ou seja, estão ligados à forma extrínseca do solo. Na realidade, existem outros fatores ainda mais importantes. São os fatores internos. O bom percussionista árabe: toca conscientemente; possui uma maneira particular de interpretar os ritmos; sente a percussão, perpassando-a com sua emoção; e emprega corretamente os princípios da percussão árabe.
Os princípios que regem a percussão árabe são: harmonia; lógica (apresentar raciocínio lógico, coerente); dinamismo (há uma graduação na intensidade dos sons); naturalidade (respeito à originalidade, peculiaridade de cada ritmo).
Essas atitudes permitem que a alma do solo seja transmitida de imediato à bailarina, que estiver se apresentando, e à audiência.
Bailarina - A percussão remete a um nível primitivo e criativo do ser humano, embora não haja igualdade de sentimentos e/ou de expressão.
O solo de percussão, ou tabla solo, é a parte mais excitante da rotina de dança árabe, cujo clímax é alcançado por meio de instrumentos de percussão fortes e de passos de dança bem dinâmicos.
Assim toda bailarina é intuitivamente uma percussionista, tanto pelos snujs (amplamente tocado nas danças), quanto pela necessidade de familiarizar-se com os vários ritmos árabes de modo a bem executar a arte da dança. Ela então espera que um solo de derbaque seja riquíssimo em ritmos e variações para que possa mostrar seus conhecimentos.
É claro que existem solos com combinações rítmicas perfeitos para a dança do ventre.
O solo demanda: um profundo entendimento dos ritmos; um amplo domínio corporal; um bom repertório de movimentos e acentos; um profundo sentimento em relação à música.
Características:
1 – Ritmo: o mesmo tocado ao longo do solo, como o maksum, então o derbaque principal é o foco da bailarina; mudança feita por outro percussionista, o derbaque principal o segue e a bailarina naturalmente faz o mesmo;
2 – Impacto: deve ser progressivo;
3 – Finalização forte: não é excitante para a audiência que o solo vá abaixando.
O tabla solo pode vir próximo ao fim, ao final ou seguido de um curto finale. A rotina deve ter seu ápice durante o solo. O que significa que, se houver um finale após o solo, você deve evitar de dançar mais. Considere o finale sua música de saída. Simplesmente deixe-o vir a termo, sem se preocupar se continua tocando alguns segundos após sua saída.
Algumas atitudes a tomar são: olhar a audiência; desfilar; pegar o véu; e deixar o palco.
A audiência deve ser deixada sem fôlego!
Tipos de solos
Todo solo de tabla árabe é fruto da improvisação criada pelo percussionista. É o que chamamos de taksim tabla, ou seja, uma improvisação melódica feita com as batidas rítmicas do derbaque.
Existem duas maneiras de se apresentar um solo de taksim: taksim sobre ritmos; e taksim solo.
O taksim sobre ritmos árabes é a improvisação realizada tendo como base um determinado ritmo ou vários ritmos, que é feito por um segundo instrumento (tabla, riqq, dohola, mazhar).
Esse tipo de solo limita os movimentos da bailarina ao ritmo-base. É por isso que essas composições devem apresentar uma pluralidade rítmica sob pena de se transformar em algo monótono, com improvisações repetitivas e cansativas.
O taksim sobre ritmos é utilizado nas apresentações tanto de uma bailarina quanto de um grupo numa coreografia. Neste caso, a pluralidade rítmica deve ser minimizada para não potencializar as complexidades.
O taksim solo, ou improvisação solo, é aquela realizada somente pelo percussionista não tendo nenhum ritmo como base. Inúmeros ritmos e variações são apresentados em um curto espaço de tempo, mesclados por vários enfeites improvisados.

Formatos de solos
Primeiramente, vamos discutir as diferenças entre um solo ao vivo e um gravado.
Para a bailarina, o solo de tabla ao vivo é uma experiência única e excitante. Tal apresentação é quase sempre improvisada. A bailarina não sabe o que virá em seguida. Tudo vem direto da imaginação do derbaquista.
Ao se apresentar com um derbaquista que tenha experiência em tocar para bailarinas, ele repetirá as frases de modo que ela possa reconhecê-las e marcá-las. Ele poderá se inspirar em seus movimentos e ela, no toque exercido no derbaque. Entretanto se não for um derbaquista de bailarina, esta ficará praticamente à mercê do percussionista e, mesmo sendo a melhor bailarina, poderá parecer iniciante ao executar tal solo.
A interação entre o derbaquista e a bailarina é muito importante e será objeto de tópico específico.
Como a maioria das bellydancers utilizam mais freqüentemente música gravada em suas apresentações, buscaremos focar o refinamento e o melhoramento das performances com solo gravado. Há uma grande vantagem quando se trata de gravações!
A música selecionada geralmente: deve ser apreciada; deve tem um tempo desejável; pode ser ouvida freqüentemente; pode ter uma estrutura geral fixa; permite o bom conhecimento do fraseado e das mudanças; facilita o planejamento da improvisação ou da coreografia de movimentos.
Ao buscar o solo correto, opte por um que possa ser editado claramente. Tal estratégia permite uma melhor distribuição da rotina, pois há solos que estão mixados antes ou depois de outra música, e esta talvez não atenda ao objetivo de sua apresentação.
Ao incluir um solo em sua rotina, mantenha um espaço de alguns segundos após a canção que o precede para manter o drama.
O tamanho ideal de um solo que seja parte de uma rotina mais longa é de um a três minutos.
Se há mais de um derbaque tocando nesse solo, certifique-se de que o derbaque principal possa ser reconhecido e de que os realces sintéticos adicionados à gravação não sejam demasiados. O começo deve conter um tempo moderado, não muito poderoso, mas definitivamente vívido e intrigante.
Os melhores solos para se dançar são encontrados na música egípcia e libanesa. Alguns CDs recomendados são: Aswan dances with Souher Zaki; Bellydance with Amany and Bassem Yazbek, de Bassem Yazbek ; Jalilah's raks sharki, v. 1 e 2, de Moktar al Said e Jalilah; Nourhan Sharif in raqs sharqi, de Aboudi Badawi e Tony Chamoun; Sabla tolo, v. 1 e 2, de Hossam Ramzy; Shake me ya gamal, de Reda Darwish; e Ya Salam ya Fahtiem.
Interação entre percussionista e bailarina
Não há nada mais excitante do que dançar com um derbaquista ao vivo! Nada pode substituir a energia de alto impacto de tê-lo a seu lado enquanto você treme e marca!
Cada solo de derbaque é desenvolvido para explorar uma larga variedade de ritmos que são fáceis para um derbaquista seguir e que permitem à bailarina aplicar seus próprios movimentos de dança.
Dessa maneira o percussionista tem a responsabilidade de fornecer subsídios à bailarina para que esta assim possa se apresentar. A música criada pelo derbaquista deve permitir uma interação perfeita e uma sintonia harmoniosa durante a apresentação. Isso é fundamental e extremamente complexo. Além disso é importante realizar o aquecimento e o alongamento para apresentar-se bem nesta situação.
Considerando que o solo de tabla pouco evoluiu nesses últimos anos, a grande maioria dos percussionistas árabes possuem uma certa uniformidade técnica. Isso facilita os estudos tanto para bailarinas (percepção rítmica), quanto para músicos iniciantes, intermediários e avançados (percepção e técnica correta para executar tal ritmo).
Muitas bailarinas consideram um grande desafio dançar o taksim tabla, uma vez que técnica de dança e percepção rítmica se consubstanciam intrinsecamente.
É claro que não dá para se descobrir precisamente o que se passa na mentalidade do percussionista que está atuando. No solo improvisado de derbaque não existe reflexo (todo toque está diretamente ligado a um raciocínio prévio do músico). O músico percussionista ao realizar um solo de taksim, trabalha raciocínio e técnica. Ele pensa e ao mesmo tempo age.
Podemos notar que, geralmente, a grande maioria das bailarinas que dançam solos de taksim tabla se apresentam ao lado de um mesmo músico percussionista. Isso ocorre porque, ao dançar uma improvisação de solo de tabla, ela precisa perceber de forma ágil o que o percussionista vai apresentar na seqüência de seu solo improvisado.
Cada percussionista tem um gosto exagerado por determinados enfeites e ritmos e, com absoluta certeza, deixá-lo-á fluir em todos os solos que construir. Se uma bailarina apresenta-se várias vezes ao lado do mesmo percussionista, ela consegue alargar essa percepção, uma vez que já conhece essas "manias": a forma como toca, quais os floreados e os enfeites que gosta de usar exageradamente. O reconhecimento, nesses casos, se torna bem mais fácil e, por conseqüência, mais rápido.
As manias percussivas ou rítmicas são, na verdade, os elementos pelos quais o músico irá gerar sua fórmula ou técnica particular, que evidentemente será utilizada na criação de seus solos, improvisados ou não.
Todos os enfeites, por mais diversificados que possam ser, terão entre eles algo familiar, ou seja, pertencerão a uma mesma fórmula, a uma única técnica. É essa fórmula particular que a bailarina precisa conhecer e absorver. O ritmo preferido e exageradamente mais usado nos solos de tabla é o maksum e suas ramificações rítmicas (baladi e saidi).
A bailarina precisa sempre ter em mente que apesar da improvisação na tabla ser infinitamente livre, todo percussionista tem um hábito, um costume, um gosto exageradamente próprio (manias), e sempre irá colocá-lo no topo de sua improvisação.
É importante afirmar que essa uniformidade técnica também pode ser compreendida como a existência imperativa de fórmulas parecidas. Geralmente, um músico pode ter fórmula parecida, semelhante à de outro na construção de seus solos, mas essas fórmulas nunca serão idênticas.
Dessa maneira, uma bailarina precisa conhecer e registrar as técnicas mais comuns usadas pelos mais diversos mestres de tabla, e, munidas dessas informações, tentar, em um primeiro momento, perceber as manias do músico com quem vai se apresentar. Ela não deve perguntar o que ele vai apresentar, mas, sim, o que ele mais gosta de apresentar (ritmos, variações, floreados).
É evidente que, para tanto, alguns ensaios deverão ser realizados. Lembremos ainda que, quanto mais registro de técnicas de percussão uma bailarina tiver, mais rápido e fácil será identificar a fórmula usada pelo músico por meio da percepção primária de seus gostos mais comuns. Assim:

Uniformidade técnica = semelhança no jeito de se executar solos de taksim tabla.
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Fórmulas parecidas (imperatividade) = devido ao pouco desenvolvimento da arte da tabla solo, os métodos usados pelos músicos se tornaram análogos.
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Hábitos ou manias percussivas ou rítmicas, gostos exagerados = gosto exageradamente particular que cada percussionista tem em relação a um conjunto de ritmos e floreados técnicos. O que ele acha mais bonito. Resultam no conjunto de elementos pelos quais o músico criará seu método particular de desenvolver solos.
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fórmula ou técnica particular = método usado pelo percussionista para criar seus solos.
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Solo criado

Destacamos que nem todo derbaquista profissional é um grande percussionista para uma bailarina. Definitivamente você saberá se está se apresentando com um derbaquista de bailarina ou não.
Citada por Jasmin Jahal, Serena Wilson descreveu essa situação em seu esgotado livro The belly dance book: "muitos derbaquistas tendem a tocar em excesso - para se destacar - e assim tendem a ignorar o restante do grupo, especialmente a bailarina (...) Você tornar-se-á cada vez mais ciente daqueles que tocam em demasia e que parecem embolar o ritmo, em vez de realçá-lo. Você se descobrirá exasperada com isso."
Exasperada não é exatamente o termo! Ele pode ser bom no que faz, mas deve também estar disposto a pôr de lado seu ego para se focar no objetivo de a bailarina se sair bem, não apenas ele mesmo. Assim quando há a oportunidade de se deparar com um percussionista com essa visão, é como se o fim do arco-íris fosse alcançado e o pote de ouro prometido, encontrado.
Os artistas podem trabalhar juntos, mesclar suas habilidades e criar uma dramática conexão entre o som e a dança, gerando assim uma complementariedade, que é sentida pela audiência. Uma ocorrência efetivamente especial!

Fonte:
http://www.webartigos.com/artigos/tabla-solo-ou-solo-de-percussao-parte-2/19101/#ixzz3fUoq1MmG

sábado, 11 de julho de 2015

Taksim - improvisação melódica

Há basicamente cinco estilos diferentes de música árabe para a dança do ventre: músicas modernas, músicas folclóricas, músicas clássicas, solos de percussão e taksim.
É importante que a bailarina de dança do ventre conheça as diferenças entre as músicas e saiba identificá-las, para não realizar danças em músicas inadequadas.
E depois é importante que ela acompanhe com seus movimentos as marcações musicais, gerando assim uma sintonia entre o que se ouve e o que se vê, ou seja, causando assim a impressão de que os sons são emitidos pelo próprio corpo da bailarina.

O taqsim (taksim) é uma improvisação melódica, um solo de um instrumento durante uma música. Pode ser acompanhado de um ritmo de base, a exemplo do Wahda wa noss e Chiftetelli. Pode ter ou não métrica e aparece em composições árabes, turcas, gregas e de países do Oriente Médio.
Nestes trechos, a bailarina precisa acompanhar com extrema perfeição o som do instrumento, transmitindo pelo seu corpo as variações de velocidade, tensão e  notas. Por isso, é preciso conhecer em detalhes a música e é fundamental ter muita sintonia com o músico, caso a apresentação seja ao vivo. Evite marcar o ritmo e priorize a melodia, com toda a sinuosidade e leveza.
Muitas pessoas consideram o taqsim uma conexão com o mundo espiritual. É um momento introspectivo. Quando bem feito é um dos pontos mais altos de uma apresentação.
Para ilustrar este tema, selecionamos um vídeo da lindíssima Nagwa Fouad  no qual ela explora o taqsim em acordeão, tabla e kanoon.
Existem solos de taqsim dos mais diversos instrumentos, como o de violino, kanoon, alaúde, acordeão, nay, rababa, teclado e assim vai. Cada instrumento exige um tipo de movimento diferente. Por exemplo, o violino pede ondulações e, dependendo da extensão da nota, tremidinhos suaves. Já o kanoon exige um pouco mais dos tremidos, em especial quando combinados com outros passos. De qualquer forma, lembre-se de ficar centrada entre os públicos e de explorar movimentos com muita técnica e pouco deslocamento.
Por fim, fica uma dica bem interessante para quem quer aprender mais sobre o tema. O volume VI da série “A Arte da Dança do Ventre”, da Lulu Sabongi, é exclusivamente sobre a construção de um taqsim. No vídeo abaixo, Lulu fala especialmente dos tremidos em trechos de taqsim. Concentre-se, prepare o corpo e a cabeça para estudar bastante e comece a treinar!

Fonte:
https://cadernosdedanca.wordpress.com/tag/taksim/

sábado, 4 de julho de 2015

A Dança do Ventre no Resgate da Deusa Interior

No auge da descoberta do bem estar e da qualidade de vida, enraizamos cada vez mais o conhecimento de que é necessário se fazer uma atividade física, para melhorar e fortalecer essa busca tão sonhada, de estar bem, parecer bem e se sentir bem. 
O que muitas pessoas não trabalham, é o conceito de que a atividade física tem que proporcionar prazer para quem a pratica, esse simples detalhe faz com que a prática seja levada a sério sem que o praticante desista no meio do caminho, este simples detalhe motiva o individuo. 
De característica milenar, a Racks El Shark (Dança do Leste), conhecida como a Dança do Ventre, ultrapassou a barreira dos países árabes e ganhou adeptas no mundo inteiro. Chegou ao Brasil na década de 70, quando o estudo ainda era limitado e as bailarinas com poucos recursos de ensino e prática nos shows se inspiravam em filmes hollywoodianos, e parte da dança brotava da imaginação. Diferente desta época, hoje temos um leque de possibilidades de estudos e inspirações em artistas do mundo inteiro. 
Superando a ideia de que a Dança do Ventre é apenas uma atividade de bem estar para mulher, hoje adequa-se a atividade física, sendo uma boa opção de unir o prazer da Arte e a manutenção física. 
Os movimentos acentuados de quadril favorecem o modelar da cintura e tonificam os músculos, massageando também os órgãos internos, melhorando os sintomas das cólicas, ativando a circulação sanguínea, alongamento, melhorando o funcionamento do aparelho digestivo, intestinal e fortalecendo a região pélvica. Os membros superiores do corpo são trabalhados o tempo todo para dar sustentação e moldura aos movimentos, trazendo ainda benefícios a postura. Todas as articulações do corpo são acionadas e exercitadas através das rotações e ondulações. 
Os benefícios físicos e psicológicos da dança são comprovados e proporcionam um caminho de descobertas ao Sagrado Feminino. 
Afinal, somos um conjunto de moléculas, células, órgãos, sentidos, pensamentos e sentimentos. Quando nosso corpo "redesenha" formas de uma geometria ancestral trazemos à tona sensações, lembranças e emoções. Uma nova terapêutica, a partir do corpo, é acionada ao dançar e os movimentos imprimem uma nova dimensão na vida de quem dança. 
Silenciosamente, à medida que o corpo vai se soltando desprende-se um padrão antigo, e conforme nos deparamos com nossos questionamentos e couraças, temos a escolha de mudar nossos padrões através de uma redescoberta. 
Cada bloqueio no corpo emocional encontra sua correspondência no corpo físico, que é trabalhado com uma linguagem ancestral ditada pelas formas desenhadas por nosso corpo desde a postura, que exige a abertura da caixa torácica, a expansão do plexo solar e o encaixe do quadril... Um corpo que antes passava a ideia de um ser contido, limitado agora passa a ideia de uma pessoa confiante, aberta para o mundo. Assim pouco a pouco padrões de comportamento são mudados e o auto conhecimento adquirido a cada dia mais. 
Damos início a uma re-apropriação de nosso corpo, aprendendo a isolar os movimentos de cada um dos membros, fazendo com que cada estrutura física que abriga um dos chacras principais desenvolva sua função e flua sua energia. 
Os movimentos desenhados pelo corpo de quem dança trazem a representação na natureza Yin através de círculos, conotando todo universo feminino. A representação da natureza Yang é marcada por passos sobrepostos, quadrados e retos, demonstrando segurança, dinamismo e poder.
Ritualisticamente também desenhamos ondulações em oito, símbolo do infinito, presente nas formas microscópicas e que lembram as elipses dos átomos de energia - movimento que trabalha a nossa dualidade, os opostos, unindo nosso lado sombra a nosso lado luz. Sagrado no corpo de cada mulher é tocado. A música quando tocada fala no corpo na bailarina que, atravessando o tempo, repete os movimentos que fazem surgir do íntimo a luz mais plena de nossas almas.
Acredito que a Dança do Ventre seja uma prática sagrada que resgata o Sagrado Feminino através do trabalho corporal, o que é perfeito e maravilhoso pois, a mulher que a faz,  participa desse processo terapêutico com consciência, conhece e trabalha todas as dimensões de seus corpos (físico, etérico, astral e Eu). 
Longe de ser apenas uma atividade física ou uma arma poderosa na arte da sedução, a dança do ventre favorece a mulher na arte de assumir a "Grande Mulher" que ela é por inteiro, na essência... Isso se reflete na postura, na voz, na forma de se expressar; é uma explosão de auto-conhecimento, auto-confiança e auto-estima.

Fonte:
http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=17820