Muitos historiadores veem a invasão muçulmana na Espanha como um sombrio e violento ataque, um assalto a Europa cristã. E apesar de gerações dos governantes espanhóis tentarem expurgar este registro histórico, a arqueologia e a erudição lançam uma nova luz sobre os mouros que floresceram no Al-Andalus por mais de 700 anos, onde as verdades foram escondidas, e a História, manipulada.
“Quando os mouros dominaram na Europa” é uma história incrível, mas, sistematicamente apagada. A propaganda alimentada pelas “Cruzadas Medievais” criou uma impressão duradoura: A guerra diabólica contra os inimigos estrangeiros de “pele escura”, os “selvagens”. Mas, essa caracterização é completamente inventada, não nos diz nada de como essas pessoas eram. Agora, arqueólogos e historiadores já começaram a compilar a história verdadeira dos mouros na Espanha.
Este fascinante documentário explode velhos estereótipos:
=> Ele descobre a Matemática por trás do engenhoso e deslumbrante “Palácio de Alhambra”, em Granada, na Espanha. “La Alhambra” é um triunfo da Matemática e da Estética, é como se tivesse sido habitada até ontem, a Engenharia Matemática reside no núcleo da beleza;
=> Traça a linhagem étnica de “El Cid” às suas raízes mouras;
=> Mostra como a população ibérica, voluntariamente, se converteu ao islamismo em massa;
=> Revela a dívida com o Islamismo e com os muçulmanos, pelas suas contribuições vitais para a “Renascença”, na Europa. Os avanços que os mouros proporcionaram para as Grandes Navegações, para a Astronomia, Arte, Arquitetura, Música, Química, Botânica, Farmacologia, Medicina, Agricultura, Filosofia e Letras. E como ajudaram a impulsionar o Ocidente para fora da “Idade das Trevas”.
Não era o Islã rígido e fundamentalista da imaginação de muitas pessoas, mas, sim, uma cultura sofisticada, progressista, sensível e intelectualmente curiosa, onde mouros, cristãos e judeus conviviam harmoniosamente. Só agora, seis séculos depois, é que as contribuições e influências dos mouros para a vida e cultura europeias estão finalmente começando a ser plenamente compreendidas.
Quando a cultura moura entrou em colapso, a Espanha foi fanaticamente recristianizada, e quase todos os vestígios de mais de sete séculos de domínio islâmico foram implacavelmente suprimidos.
Nos 700 anos presentes na Europa, os muçulmanos de Al-Andalus criaram uma cultura que foi o auge da vida civilizada que influenciou toda a Europa em formas que apenas hoje começamos a entender.
Com o tempo, a memória do passado islâmico na Espanha foi reconfigurada para uma versão “light” da História, onde a verdade é mais estranha que a ficção.
A História de Al-Andalus não é o conto do bem contra o mal, do Oriente contra o Ocidente. Ela é intrigante, complexa, engenhosa, brutal, humana e turbulenta. Deve ser lembrada, não pode ser excluída dos livros de História.
Os espanhóis, simplesmente, inventaram a História da Espanha, transformando sua História em um Conto de Fadas. “La Reconquista” foi uma Guerra Civil entre “espanhóis” de duas crenças diferentes. Não foi uma “Guerra Santa”, Al-Andalus foi destruída em uma luta suja por terra que durou mais de 300 anos, onde a sociedade mais sofisticada era a menos equipada para a guerra, e os Cristãos tinham muito a ganhar e pouco a perder.
O mais chocante na expulsão dos mouros, é que não estavam apenas expulsando árabes ou berberes, a grande maioria da população foi expulsa por sangue... DNA se quiser. Eles eram tão “ibéricos” como seus “primos” cristãos do Norte que os expulsaram. Os “exilados” eram “nativos” da península, como os reis cristãos”.
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