terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Dança do Bastão ou Dança da Bengala ou Raks El Assaya

Há uma dança masculina originária de El Saaid, região do Alto Egito, chamada Tahtib (arte marcial masculina - os homens se enfeitavam como pavões e simulavam uma luta entre si, usando esta dança para mostrar sua força e postura e desviavam dos golpes de acordo com o ritmo da música). Nela são usados longos bastões chamados Shoumas. Estes bastões eram usados pelos homens para caminhar e para se defender.
Note que Saaid também é o nome do ritmo originário desta região. Provavelmente a dança feminina surgiu como forma de paródia do Tahtib, pois as mulheres costumam apresentar-se utilizando um bastão leve ou uma bengala, imitando-os, porém com movimentos mais graciosos e charmosos. 
A bengala era utilizada por pastores, e quando eles tinham que ir para a guerra deixavam a missão pastoril para suas mulheres e filhos. Quando retornavam das batalhas notavam que o número de ovelhas aumentava e eram bem saudáveis, então os homens da tribo injuriados demonstravam com a bengala sua destreza com as mãos. Eles dançavam nas festas utilizando a bengala com movimentos bem másculos que mais pareciam uma luta que uma dança, só que as mulheres dançavam utilizando a mesma coisa com graciosidade e sensualidade e neste campo os homens não podiam competir.

Ritmo
Para dançar com o bastão não é qualquer ritmo, o usado é o Said ou Maalub el Balady, nome originário de El Saaid, no Alto Egito (mais comum e o mais usado). É um ritmo 4/4 e possui muitas variações. As músicas desta dança seguem uma linha egípcia, alegre e com batidas específicas.
Porém pode ser dançado também com Maksoum, Malfouf ou até mesmo o Baladi. Durante a dança, a mulher apresenta toda a sua habilidade, equilíbrio e charme. Costuma-se chamar esta dança feminina de Raks El Assaya (assaya é o nome do bastão usado para longas caminhadas). É uma das danças mais alegres, caracterizada por movimentos com saltinhos e gingadas, além dos muitos movimentos com o bastão - giros, batidas, contornos, etc.
A Raks El Assaya foi introduzida nos grandes espetáculos de dança do ventre pelo coreógrafo Mahmoud Reda. Fifi Abdo teria sido a primeira grande dançarina a apresentar performances com a bengala. Porém ela se apresentava com roupas masculinas. 
Hoje, a dança com bastão se tornou a mais famosa das folclóricas, sendo muito comum em meio a apresentações de dança do ventre ao redor do mundo, o que salta aos olhos no Líbano, nos Estados Unidos e também aqui no Brasil, além, é claro, de no Egito. 

Indumentária
Numa apresentação que se pretende folclórica é imprescindível usar a galabía (túnica árabe) ou um vestido fechado, o qual o ventre da dançarina fica coberto, podendo ser justo ou mais folgado com aberturas laterais, medalhões, com um lenço ou xale no quadril e lenços na cabeça e moedas. 
Usa-se vestido nesta dança para lembrar as esposas dos pastores, os quais, tangiam rebanhos com bastões e ao final do dia, já nas aldeia ou oásis, em volta das fogueiras, dançavam alegremente com suas mulheres.
Mas com a popularização do Saidi tornou-se comum apresentações com vestidos justos e decotados e outras variações menos comuns de vestido. A roupa conhecida como bedlah (saia e bustiê - roupa padrão de Dança do Ventre) não deve ser usada para esta dança, e de fato isso não é muito visto por aí, a não ser com um vestido de renda por cima do bedlah - o que resulta num visual muito bonito.
 
Dançando
Movimentos delicados onde as mulheres apenas manejam o bastão demonstrando suas habilidades com o objeto, usando-o também como uma “moldura” para mostrar o corpo durante a execução de seus movimentos.
As mulheres demonstram toda sua habilidade girando o bastão de várias formas (giros verticais, horizontais e transversais) sempre com muito charme, delicadeza e em harmonia com o trabalho dos quadris, busto e cabeça, requebrando habilidade e jogo de corpo da bailarina. São utilizados nesta dança muitos passos saltados e movimentos de ombros. Ao dançar, a bailarina demonstra destreza, equilíbrio e sensualidade, e sua expressão deve ser de alegria.

A bengala
A curva da bengala deve estar geralmente pra baixo durante a dança. Mas também cabe lembrar que há bengalas sem essa curva, que se assemelham mais a um bastão. Qualquer um desses modelos é apropriado para dançar.

Fonte: 
http://rosangelabronca.blogspot.com.br/p/estilos-de-danca.html
http://www.angelfire.com/co2/dventre/saidi.html
http://musidanca.blogspot.com.br/2011/01/raks-al-assaya-ou-danca-do-bastao-ou.html
http://www.hindsaid.com.br/d_ventre/bastao_bengala.htm

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