sábado, 21 de fevereiro de 2015

Dança do Jarro ou Raks Al Brik

Raks Al Brik ou Dança do Jarro é realizada apenas por mulheres. Também é conhecida como dança do Nilo. Uma versão para a sua origem diz que ela tem relação com as cerimônias que eram feitas às margens do rio, pedindo que ele inundasse para fertilizar as terras. Em outra versão, essa dança representava a vida dos povos do deserto, da jovem que ia buscar água com o corpo todo coberto, 
A vida em regiões desérticas e a forte repressão sexual, estimularam a mente de cantadores e músicos. Alguns compunham versos e rimas de amor para cantar a beleza das moças que iam buscar água na fonte. Seus rostos ficavam quase sempre cobertos, assim como todo o corpo; porém, ao se aproximar da água era preciso arregaçar as mangas ou subir um pouco a saia para não molhar os trajes. Era o delírio dos rapazes que poderiam apreciar tudo o que ficava escondido.
Essa tradição é tão antiga que se perde no próprio tempo. As mulheres, para carregarem os pesados jarros cheios de água, colocavam tecidos sobre a cabeça e andavam equilibrando os potes. Muitos desses jarros eram feitos de barro, se caíssem poderiam se quebrar; isso daria muita confusão para uma escrava. Dessa habilidade de equilibrar um jarro sobre a cabeça, nasceu um tipo de dança comum no Norte da África. Muitos senhores de escravas ofereciam para seus hóspedes, exóticas apresentações na hora de servir o vinho. As coreografias eram marcadas por giros e movimentos rápidos dos pés, sem que uma gota sequer do conteúdo dos jarros caísse no chão.
Ao final da apresentação, o líquido era despejado em taças de metal para ser bebido pelos convidados.
Com toda certeza retrata a importância da água para os povos árabes, que a consideram de extremo valor por causa de sua escassez no deserto; representa as cerimônias à beira do rio Nilo ou as caminhadas das mulheres para irem até o rio ou aos oásis em busca de água e no caminho, descansam, refrescam-se, brincam com a água para depois voltar às suas tendas. 
Falando de jarro, nenhuma mulher, fica à beira do rio Nilo dançando e cantando ao buscar a água, não da maneira que costumamos ver por aí nos palcos, ao contrário de um dabke libanês típico, que ocorre normalmente em suas comemorações. A dança com o jarro é uma representação de uma parte da cultura egípcia, ligada ao rio Nilo. Não é folclore, mas a representação de uma parte da cultura mais rural. Essa história começou com um bailarino chamado Mahmoud Reda, que começou a levar para os palcos parte da cultura árabe, representando assim, muito do seu cotidiano.
Ao se representar a Dança com o Jarro, pode-se fazer uma ligação ao elemento água com a bailarina representando e interpretando a rotina das camponesas, que caminhavam de sua casa até o rio, onde descansavam, refrescavam-se, pegavam um pouco de água em seus jarros e retornavam.
Dizem que em ocasiões especiais, como o nascimento de bebês, a dança do jarro também é executada, pois numa visão mística, a água representa o resgate da sensibilidade e dos sentimentos. Para os egípcios, o jarro representa o coração e a ideia principal da dança é permitir que os sentimentos mais agradáveis estejam entre as bailarinas e o público.

Indumentária
Os trajes mais recomendados são os mais reservados, como vestidos ou túnicas, pois essas mulheres cobriam o corpo todo tanto para se proteger do sol como por motivos religiosos. Para imitar o traje das beduínas, o ideal seria, inclusive, utilizar os chadores, véus que cobrem o rosto.
O figurino é sempre um vestido bem rodado até o pé com mangas compridas ou não de estampa lisa, listrada ou com motivos geométricos ou florais. Procure sempre pensar no que as egípcias camponesas costumam usar no cotidiano.
Além do traje, é importante equilíbrio, habilidade e bastante expressão corporal e facial para que a dança incorpore todo o valor simbólico do jarro. Assim, o público pode perceber toda a importância da água e os sentimentos que afloram com essa dança.

O jarro
Os jarros podem ser de cerâmica, apesar de serem mais pesados, e com alça para melhor segurá-lo, mas é possível utilizar de plástico e sem alça. Algumas vezes, jarros transparentes são usados para mostrar que estão cheios de água, e prevalece a exploração da habilidade, do equilíbrio, da destreza em colocar o jarro na cabeça efetuando uma volta de 360° para dispô-lo na cabeça sem derrubar uma gota d'água.
** Podemos fazer esta dança tanto folclórica/celebração/alegria ou  como ritualística/sagrada.**
 
Ritmo
Dentro dessa dança, utiliza-se um vestido bem largo e, geralmente, colorido e o ritmo costuma ser o fallahi, que é um maksoum modificado, mais acelerado (ritmo árabe dos camponeses egípcios - dum kaka dum ka - pode ter variações) e binário e os gestos representando banho, brincadeiras e sede, aliados ao charme, aos passos simples, saltitantes e alegres e à felicidade de estar desfrutando de um rio fértil.
Se possível, ao escolher sua música pro jarro, procure saber a letra, caso seja cantada. Use aquelas em que exaltam seu país ou falam de seu cotidiano, pois são contagiantes e representam a alegria de um povo. É preciso habilidade, equilíbrio e boa expressão facial, pois é uma dança teatral.

A dança
Os movimentos costumam englobar passeio no bosque segurando o jarro na cabeça com uma mão, ou fazendo movimento como se fosse pegar água do chão. Além disso, você pode brincar com ele, colocando ora nos ombros, ora fingindo que está bebendo água ou como uma oferenda aos deuses. Tudo de maneira graciosa e alegre já que estamos celebrando algo tão bom.
Importante lembrar que a Dança com Jarro nada mais é que uma dança fallahim, portanto, os passos básicos são do fallahim. O Jarro é apenas um elemento cênico, como poderia ser as flores, o cesto, etc.

OBS: Fallahi significa que vem do campo, do interior do Egito, palavra vinda de um fallahim.
Os fallahim são os camponeses, os fazendeiros. Há uma variedade de danças e o ritmo fallahi é comumente usado nelas. Dança-se com cestos de coleta de algodões, peneiras, cheios de flores e jarros ou bacias cheias de água. Pode ser dançado livremente ou com casais também.
A identidade interiorana, a simplicidade dos campos, dos agricultores e pecuaristas caracterizam as danças fallahi.
Os ritmos tradicionais como saidi, fallahi, baladi, ayubi, soudi, wahda e suas variações, são comumente utilizados e suas roupas são as galabeyas e trajes típicos de cada região.

Fonte:
http://rosangelabronca.blogspot.com.br/p/estilos-de-danca.html
http://maritaitdancadoventre.blogspot.com.br/2011/05/danca-com-jarro-raks-al-brik-ou-raks-al.html
http://www.bagdadancadoventre.com/Folclorica.html
http://aluzzasalihah.blogspot.com.br/2010/09/racks-al-brik.html
https://cadernosdedanca.wordpress.com/2010/06/30/danca-do-jarro/
http://hannaaisha.blogspot.com.br/2009/02/danca-do-jarro.html
http://shamskeifir.blogspot.com.br/2014/10/danca-fallahi.html

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