sábado, 12 de dezembro de 2015

O mito de Ísis & Osíris

Já que, reza a lenda, a dança do ventre nasceu nos templos dedicados a deusa Ísis... resolvi presentear a todos os leitores com sua lenda.
Foi uma das principais crenças religiosas egípcias e fazia parte dos ritos funerários. Nenhuma cópia completa do mito egípcio de Ísis e Osíris existe, mas a melhor versão antiga vem de Plutarco, um sacerdote grego de Delfos, que escreveu “De Iside Et Osiride” por volta de 100 d.C. Os dois principais deuses, Ísis e Osíris, foram irmãos, marido e mulher.
Ísis e Osíris eram irmãos gêmeos, que mantinham relações sexuais ainda no ventre da mãe e desta união nasceu o Hórus-mais-velho. No Egito, nesta época, era hábito entre os faraós e as divindades a celebração de núpcias entre irmãos, para não contaminar o sangue.
Osíris trouxe a civilização para o Egito através da introdução da agricultura, da criação de gado e a feitura do vinho, formulou leis e instruiu como honrar seus deuses para os primeiros habitantes do Nilo. Ísis ensinou para o povo a arte da tecelagem. Osíris queria também levar a agricultura e a pecuária para povos vizinhos e encarregou Ísis de vigiar o povo do Egito; e partiu para uma viagem por todo o país, educando o povo e encantando-o com sua persuasão e razão, com a música, e "toda a arte que as mesas oferecem".
Enquanto ele estava longe sua esposa Ísis governou, e tudo correu bem, mas tão logo ele retornou, Seth o recebe muito bem, já pensando em deixar de ser a sombra de seu irmão Osíris. Enquanto conversa com seu irmão, Seth vai tirando as medidas de Osíris que vão servir para a armadilha que ele pretende fazer. Com as medidas em mãos, Seth então manda construir uma caixa bonita de madeira com as mesmas medidas de Osíris. Logo em seguida, Osíris é convidado para um banquete organizado por Seth como parte de seu plano em assassinar o deus. Chegada a hora, Seth pede que lhe tragam a caixa feita especialmente para Osíris e anuncia que a pessoa que conseguir ficar dentro dela, a receberá como presente. Os capangas de Seth entram um a um na caixa a fim de enganar Osíris, até que chega a vez do próprio  experimentar a caixa. Osíris então deita nela e nesse instante os cúmplices de Seth, pulam sobre a tampa e trancam Osíris. A caixa é então jogada no rio Nilo. Ele boiou para longe e alcançou o mar pela "passagem que é conhecida por um nome abominável".
Este evento ocorreu no décimo sétimo dia de Hator, isto é, novembro, no décimo oitavo ano de reinado de Osíris. Ele viveu e reinou por um ciclo de vinte e oito períodos ou dias, porque ele era a lua, cujo ciclo completa-se a cada vinte e oito dias.
Seth conseguiu o almejado e assumiu o trono que era de Osíris, não satisfeito ele ainda sai em perseguição aos amigos do deus. Para escapar de Seth; Thoth, Anúbis e os outros deuses transformam-se em animais. Ísis não consegue parar de chorar com o destino de Osíris, mas como os outros ela também precisava achar um local seguro para se proteger. Ísis carregava consigo o filho de Osíris; Hórus. Depois de fugir de Seth e de enfrentar todos os tipos de males mandado por ele para capturá-la, Ísis continua sua caminhada para encontrar um lugar em que possa dar a luz ao seu filho. Depois de encontrado o lugar, Ísis vai atrás do corpo de Osíris, mas antes confia a guarda de Hórus para a deusa-cobra Wadjet. A tarefa de Ísis não parece ser nada fácil, já que ela não tinha pistas sobre o paradeiro do corpo de Osíris.
Ondas fortes jogaram a caixa com o corpo de Osíris às margens de Biblos na Fenícia (atual Líbano) e ela ficou encostada numa árvore que com o passar do tempo cobriu toda a caixa com galhos e folhas. O rei de Biblos chamado Malacander precisava de algumas árvores grandes para a construção de seu palácio e acabou cortando a árvore que estava a caixa com o corpo de Osíris para tal função. Enquanto procurava Osíris, Ísis teve uma visão que lhe mostrou onde estava a caixa com o corpo de seu marido. Ao saber que o corpo de Osíris estava em um pilar no palácio, Ísis trata rapidamente de fazer amizade com as servas da rainha. A rainha tinha tido um filho recém nascido e Ísis pediu para vê-lo e se tornou babá da criança. Em um dia quando Ísis realizava alguns rituais para transformar o pequeno em um ser imortal, a rainha vai até o quarto e vê a cena horrorizada, gritando alto, que faz o encanto de Ísis se quebrar.
O rei e a rainha (acredita-se que fossem Malec e Astarté, ou Istar) ficaram espantados com a situação, mas puderam perceber que a pessoa que eles abrigaram em seu palácio era uma deusa. Com o intuito de agradar Ísis, o rei concedeu a ela um pedido. Ísis sem pensar duas vezes pediu ao rei que lhe desse o tronco de árvore esculpido agora em formato de um grande pilar. Com o pilar em mãos, Ísis volta ao Egito para realizar um funeral digno a Osíris e esconde a caixa com o corpo em meio a vegetação do Nilo. Mas antes passa no local em que tinha deixado Hórus para revê-lo. Ao voltar para as margens do Nilo, Ísis recebe a notícia de que os ajudantes de Seth teriam localizado a caixa com o corpo de Osíris e levado até Seth, que enfurecido cortou-o em quatorze pedaços e espalhou em diversos pontos do Delta.
Ísis não se conforma e chora muito por Osíris, entretanto ela não desiste e sai em busca dos pedaços do deus e encontra todos exceto um (o falo) que foi devorado por peixes no Nilo. Então fez uma imagem desta parte e "consagrou o falo, em honra do qual os egípcios ainda hoje conservam uma festa chamada de ”Faloforia“, que significa carregar o falo.
Com os pedaços reunidos, Ísis é ajudada por Néftis que começam a fazer vários rituais e pedidos para que Osíris volte a vida. Anúbis aparece para ajudar. Ele tem o poder de não deixar o corpo apodrecer e após juntar os pedaços de Osíris, ele o embalsama. Ísis e Néftis se transformam em uma grande ave e começam a bater suas asas em cima da múmia de Osíris e finalmente ele abre o olho. Osíris volta a vida e se torna o senhor do submundo (reino dos mortos).
Ísis concebeu por meio dessa imagem e gerou uma criança, o Hórus-mais-jovem. Osíris surgiu do submundo e apareceu para o Hórus-mais-velho. Treinou-o então para vingar-se de Seth. A luta foi longa, mas finalmente Hórus trouxe Seth amarrado para sua mãe.
Desse mito, podemos concluir de onde vem os sarcófagos que os egípcios usavam para seus enterros e principalmente a importância que davam para o corpo estar em perfeitas condições, já que o morto usaria o mesmo corpo para a vida pós-morte. Por isso o processo de mumificação era considerado um ritual sagrado e que assegurava junto com outras etapas a certeza de uma outra vida.
Este é o resumo do mito.

Fonte:
http://flavyr.blogspot.com.br/2012/02/deusa-isis.html
http://antigoegito.org/mito-de-osiris-e-isis/

sábado, 5 de dezembro de 2015

Presente: Bellydance Superstars

A maioria do povo árabe é de origem muçulmana; então, o Natal não é comemorado. Mas como somos ocidentais e festeiros... nas nossas escolas costumamos fazer apresentações de dança do ventre e além da confraternização de comes, bebes e danças... podemos até fazer amigo oculto.
Se você ainda não tem ideia de como é uma dança-show... começo esse mês natalino com um presente para vocês, as apresentações do grupo de dança-show estadunidense: Bellydance Superstars!




sábado, 21 de novembro de 2015

Taqsim Baladi (continuação: Zeinab)

Você nunca verá um grupo coreografando um improviso Baladi, simplesmente não se faz, embora no “SHARQI” haja diversas coreografias de grupos e na verdade, quando o “RAQS SHARQI” começou, usava-se muito a presença de bailarinas de fundo. Então, o que é Baladi?
Venha comigo para um passeio pelas ruazinhas do Cairo. Não exatamente pela rua Mohammed Ali, o local onde viviam e vivem diversos músicos, dançarinas e outros artistas desde o final do século passado, isto é muito óbvio; vamos para Haret Zeinhom, no distrito El Sayeda Zeinab do Cairo. Mas... Quem vive ali? Pessoas que se mudaram para a cidade algumas centenas de anos atrás, ou ainda antes disso. Estas pessoas vieram de outras cidades do Egito como El Mahalla, El Kobra, Alexandria, Luxor, Aswan, Asyout, Quena, Banha, Damanhour, Domiat, Sohag... ou qualquer outra. OK... Por quê? Para conseguir melhores empregos ou comercializar seus produtos.
Agora, estas pessoas são muito especiais, elas não são como o povo da cidade, entretanto, algumas são muito bem educadas e continuam educando suas crianças. Muitos deles são agora doutores, arquitetos, advogados, militares, diretores de grandes companhias ou ainda estão trabalhando no Governo. E mesmo se tornando parte da cidade grande, eles ainda sentem muito orgulho de suas raízes e portanto ainda são muito ligados a elas, e é isso o que eles sempre irão chamar de “CASA”, a cidade ou vilarejo de onde vieram. Eles dizem que um dia ainda irão retornar a “EL BALADI”, ou seja, meu lugar, minha terra natal.
Em árabe, “BALADI” significa meu país, minha terra natal. Mas para o “sofisticado” povo da cidade (uma das definições do dicionário para Sofisticado é irreal, falso) significa algo que cresce do chão, ou seu país, ou caipiras ou mesmo roupas de gosto duvidoso. Eles dizem “Ohh lala, isto é Baladi”. OK. Vamos agora observar a vida deste povo Baladi, e vamos prestar atenção em uma jovem moça imaginária e estudar seu dia a dia, o que se espera dela, o que ela espera da vida, suas ligações com o mundo. Vamos chamá-la......Zeinab.
A família de Zeinab não é rica, eles moram em uma área pobre, em Haret Zeinhom. Seu pai trabalha em uma fábrica e ganha muito pouco, apenas o suficiente para sustentar a família, composta por sua mãe, outras irmãs mais novas e dois irmãos, que têm 25 e 23 anos. Ela é a terceira criança e tem 18 anos, completamente crescida e madura e poderia quebrar seu coração com um sorriso ou um olhar de seus belos olhos. Com seu longo cabelo negro e uma face semelhante à da lua cheia sorrindo para você de alto a baixo, você verá que o respeito das tradições familiares não apenas foram plantados nela mas também floresceram juntamente com seus irmãos protetores, que são muito temerosos, COMO TODOS AQUELES QUE ESTÃO LENDO ESTE TEXTO, cada um com seu próprio grau de reputação, honra e respeito. Isto é TUDO o que o povo BALADI tem, e é TUDO com o que eles se preocupam: SE RESPEITAR E SER RESPEITADO POR TODOS OS OUTROS.

Agora você poderia lançar-me um olhar de censura e dizer que os irmãos, ou os homens controlam a garota, etc... etc... mas antes que você faça isso, por favor pergunte-me esta questão vital:

P) Quem ou o que são as mulheres para um homem egípcio/árabe?
R)Uma mulher para um homem egípcio pode ser: Mãe, irmã, filha, tia, avó, prima, noiva, esposa ou empregada doméstica. Bem, um egípcio não poderá NUNCA dizer não para nenhuma destas damas. Elas controlam completamente sua vida. Aquilo que ele come, aquilo que ele veste, o local onde ele irá dormir, que emprego “ELAS” terão orgulho que ele assuma, e ELAS ESCOLHEM PARA ELE A MULHER COM QUEM ELE IRÁ SE CASAR.
Conheço diversos desastres causados por algum pobre homem que se casou com uma garota que não era a escolhida pelas mulheres da família. Virou um inferno na terra. Acredite em mim, meu irmão fez isso 30 anos atrás, e vive apenas para consertar seu erro. Porém, as senhoras têm suas próprias leis morais de conduta e o que elas consideram ser uma boa mulher ou uma não tão boa. Ela deve ter qualidades e hábitos que as demais aprovem. Veja bem, ela será a porta e um agente especial para o marido, para convencê-lo, à sua maneira, a fazer o que as outras mulheres querem que ele faça.
Eu não estou aqui para julgar nada nem ninguém, eu estou apenas fascinado pela maneira como este jogo de xadrez é jogado. É um jogo da vida, e as mulheres egípcias o jogam apaixonadamente, até o fim.

Lembro-me de quando eu era um jovem no Cairo, eu tinha um grande amigo que também era baterista chamado Tareq, nós dois éramos muito “SOFISTICADOS” (ooops), provenientes de famílias de classe alta. Minha família era Pashas e estava na indústria do cinema e também havia mercadores muito ricos de ouro e diamantes do Khan el Khalili. Um dia, Tareq e eu estávamos em El Hossein, e andávamos atrás de uma moça.
Esta moça Baladi devia ter cerca de 28 anos de idade, e nós tínhamos cerca de 16 ou 17. Ela vestia uma longa Galabeya (túnica) que estava bem folgada, mas onde o Melaya (um lenço muuuuito comprido) estava amarrado, podíamos ver a maravilhosa forma de “Coca Cola” (Tamanho padrão) (brincadeirinha) de seu corpo. Havia uma certa parte de sua traseira que se movia independentemente, como dois gatinhos brincando em um saco, ... Então, ritmicamente, Tareq e eu começamos a cantar um Maqsoum para seu andar: Dom Tak Trrrrak Dom Retitak ... e após algumas barras de compasso nós não aguentamos mais e começamos a rir. Mas eu nunca esqueci aquele dia. Ela andava como se não houvesse nenhuma outra mulher para se olhar neste abençoado planeta além dela. Até onde ela sabia, ela ERA. Orgulhosa, forte, agradável e muito respeitável, e cheia de força feminina. Imagine que esta era Zeinab. Agora, a irmã mais nova de Zeinab, Souaad, está se casando, e este é provavelmente o dia mais feliz da vida de Zeinab, mais feliz ainda que a noite de seu próprio casamento. Para ela, agora o dever de sua família foi cumprido, e seu pai e sua mãe podem começar a ter um pouco de vida para si mesmos também. Não pense que ela não irá dançar nesta noite, pode apostar que sim. E em PÚBLICO também. Como ela irá fazer isso sem quebrar as tradições de nunca expor uma grande porção de sua feminilidade em público de modo a não envergonhar seu esposo, que deve ser respeitado e deve dar a idéia de um “LEÃO” da família, se não de toda a vizinhança, de modo que ele possa ficar quieto e continuar a fazer o que está fazendo, ir trabalhar todos os dias e trazer o dinheiro para a casa, para dar a ela? Ela terá que dançar bem devagar, conquistando seu espaço pouco a pouco.... Um pequeno taqsim ou um Oud, ou como se faz recentemente, um acordeom ou um saxofone ou mesmo um teclado, é uma boa maneira de começar. Ela terá que dançar em um único ponto, com pequenos e contidos movimentos, muito contida mas cheia de sentimento pela música, e expressando a música.
Se a música faz uma nota longa, ela ondula com esta nota como os brotos de bambu ao longo das margens do Nilo, ondulando com a força da brisa. Mas se a música tem pequenos sons acelerados, ou mesmo tremidos, ela faz o shimmie acompanhando. O bambu também é chamado de Oud, de onde vem o nome da introdução do Taqsim assim como também é usado para o instrumento Oud. É por isso que também é chamado de AWWADY. Esta parte é como um Mawwal (canto livre, nostálgico e não-rítmico) de um instrumento.
Mas veja bem, a platéia quer ver toda a dança de Zeinab. Então, quando o gelo começa a ser quebrado, o ritmo é introduzido pouco a pouco novamente. Como isto é feito? O Taqsim dissolve-se e volta à sua escala de abertura (a escala musical volta ao início) então os instrumentalistas fazem um jogo de pergunta e resposta com os percussionistas. Tanto as perguntas quanto as respostas cabem em uma barra do ritmo na mesma velocidade como se e quando elas continuassem, os músicos tocassem juntos, mas em um estilo de pergunta e resposta. A melodia toca em 2 e 3 – então a percussão toca em 4 e 1, POR QUATRO TEMPOS ou por oito tempos, brincando alegremente e incitando Zeinab a dançar com mais e mais ritmo, até que eles sentem que tudo está bem no que se refere especialmente ao Querido (Hubby)... o LEÃO de todos os LEÕES, e então eles iniciam um ritmo Maqsoum contínuo. Esta parte de perguntas e respostas é chamada Me-Attaa. Significa quebrar pequenos pedacinhos da música e do ritmo.
Uma vez que o ritmo esteja estabelecido, e agora Zeinab está dançando, mais ainda de forma conservadora mas com um pouco mais da sensualidade que lhe é reservada e um toque feminino pessoal. Mas, como então os músicos percebem que tudo está bem, após um pouco mais de tempo eles iniciam um tipo diferente de perguntas e respostas – Me-Attaa. É um pouco mais veloz e indica uma possibilidade da chegada de um ritmo ainda mais rápido.
Então eles entram em um Maqsoum acelerado. Neste momento, Zeinab está livre de todas as inibições e, que diabos, é o casamento de sua própria irmã, e ela sabe que está provocando seu marido que fica totalmente frustrado, silencioso e atado loucamente como se nada estivesse acontecendo... Mas ela também conhece a doçura da corda com a qual está atando-o a seus pequenos e delicados dedos... então chega a hora do ÚNICO PASSO DE DANÇA QUE É VERDADEIRO E TRADICIONAL, CONHECIDO POR TODAS AS MULHERES EGÍPCIAS, O BALANÇO DOS QUADRIS (por favor observe o artigo de Hossam na Habibi Magazine, está bem explicado ali). E o casamento se incendeia em um fogo bem-aventurado. Nesta parte, os músicos tocam uma canção saudosa do folclore egípcio, o som dos Mizmar... Isto soa como acentos em 2 e 4:
4/4
1
2
3
4
|
1
2
3
4
Tiit
Toot
Teet
Teit
E assim por diante. Esta parte da música é chamada TET.
Isto pode prosseguir por algum tempo, mas enfim teremos que voltar para o mundo das PESSOAS BALADI, não é? Isso quer dizer voltar para as raízes, o lado caipira, as fazendas e vida no campo, o estilo Fallahy de viver, então voltamos a um outro Me-Atta, mas estas perguntas e respostas diminuem gradualmente de modo que você pode PUXAR o ritmo FALLAHY para um rápido Maqsoum (Puxar, em egípcio, é Magrour) o que é, em essência, o ritmo Fallahy.
Neste ponto, elas normalmente fazem a Andada Egípcia (para os ocidentais, Andada com Shimmy). O TET também pode ser tocado com o Fallahy.
E então chega, agora você já viu tudo, e vamos encarar, o querido está sorrindo tanto e fingindo que ele não está com nenhum ciúme. Como os músicos são os culpados por as coisas terem chegado neste ponto enlouquecido de dança e música (na mente de Zeinab e nas justificativas para seu marido), eles devem acalmar as coisas gradualmente ou as pessoas ficarão muito enlouquecidas se eles pararem de repente, então eles diminuem mais e mais e mais a música até voltar para o Taqsim Awwady original, e um final gentil. É assim que uma mulher BALADI dança o Baladi.

Isto tem sido incorporado e repetido em palcos em quase todas as casas noturnas por causa da necessidade de haver variedade nos programas destas casas. Você pode se perguntar o que, então, é dançado nos CABARÉS. Basicamente, é o RAQS SHARQI. Nas casas noturnas eles fazem um pouco de introdução SOFISTICADA na música, e se dança usando uma roupa de duas peças, como uma mulher Baladi jamais seria vista usando, pois é uma coisa SHARQI. [Muitas pessoas confundem chamando aquilo de roupa estilo clássico, mas não é. Esta é uma ideia relativamente nova que chegou por meio das casas noturnas, e é governada pelas leis do quanto mais pode ser exposto e mostrado pelas assim chamadas “dançarinas de Raqs Sharqi”, que se tivessem chance naquela época, teriam mostrado ainda muito mais do que você pode imaginar] então elas saem do palco para trocar esta roupa pela peça única chamada THOUB (vestido, o que as moças Baladi usam) para fazer um número Baladi ou de algum outro folclore, e então outro Baladi ou Saaidi, e então Baladi, tudo leva ao Baladi. Então o solo de percussão e a saída.
Verifique qualquer gravação de música Baladi, de qualquer músico ou em qualquer CD ou vídeo e veja como isto realmente se aplica, mas agora você sabe a razão do porquê eles inventarem isso e como ficou assim.
Se você me perguntar quem é a melhor dançarina de Baladi em todo o Egito hoje, a resposta é simplesmente LUCY. Antes era a Senhora Nagwa Fouad, e a frase, El Baladi Youkal, é uma coisa que os vendedores ambulantes gritam para vender suas próprias produções, e significa que Baladi é ótimo... e assim também é ZEINAB. Palmas para Zeinab.

Com muito ritmo
Hossam Ramzy.

Fonte:
http://www.hossamramzy.com/portuguese/dance/dance_zeinab1.htm
http://www.hossamramzy.com/portuguese/dance/dance_zeinab2.htm
http://www.hossamramzy.com/portuguese/dance/dance_zeinab3.htm

sábado, 14 de novembro de 2015

O que é Baladi?

Baladi 
Arabic: بلدى‎ baladī;  Adjetivo relativo de cidade, local, rural, comparado ao termo folclórico com um toque de classe baixa, existe esta conotação ligada a palavra. Também pode se referir a um estilo musical, o estilo folclórico da dança egípcia (Raqs Baladi) ou o ritmo Masmoudi Sohaiar, que é frequentemente usado em música baladi, muitas vezes podemos encontrar em inglês o termo Beledi. Em Árabe, a palavra baladi não se aplica apenas a música e a dança mas também pode se aplicar a muitas outras coisas, que são consideradas nativas, rurais, rústicas ou tradicionais, como por exemplo "aesh baladi" pão baladi. Também pode aparecer para muitos tipos de comida e a maioria das frutas e vegetais

Música Baladi
A música baladi é um estilo folclórico urbano, que se desenvolveu a partir de estilos musicais egípcios tradicionais, no início do século vinte, quando um largo número de pessoas migrou para o Cairo vindo de áreas rurais. Os sons do acordeom e do saxofone são como um carimbo de legitimidade da música baladi – ambos são instrumentos ocidentais, que foram adotados pelos músicos egípcios e modificados para tocar as escalas musicais árabes. Baladi pode tomar a forma de canções tradicionais, muitas vezes com uma estrutura de estrofe e refrão, com exemplos populares que incluem "Taht il Shibak" e "Hassan ya Koulli".
Há também uma forma musical improvisada dentro do estilo baladi.  A improvisação Baladi é uma forma estruturada de improvisação musical, que envolve usualmente um percussionista e um solista de acordeom ou saxofone, podendo o instrumento melódico também ser Nai, ou Kannoun. Muitas vezes encontramos esta forma estrutural chamada pelo termo "Taqsim Baladi" ou "Ashra Baladi" ou “Progressão Baladi”. Um taqsim Baladi consiste num número distinto de seções dentro da estrutura musical. Cada parte tem uma estrutura tradicional, e a ordem das partes seções segue um padrão solto, mas que pode também não se apresentar da forma esperada.
Há uma certa liberdade na construção e para um ocidental pode até mesmo parecer desorganizado, mas há um caminho a ser seguido. Os músicos não incluem geralmente todas as possíveis partes, mas decidem por algumas delas para a estrutura da peça musical. A maioria das improvisações serão iniciadas com um solo instrumental (taqsim) por um instrumento primário. Seguindo este momento, há usualmente uma sequencia de perguntas e respostas, entre o instrumento e o percussionista, fluindo dentro de uma parte rítmica que é lenta usualmente. Mais para frente, as sessões de pergunta e resposta são mais rápidas e uma parte rítmica mais dinâmica se apresenta. O meio da peça pode apresentar pedaços de canções populares, ou um trecho folclórico no estilo Saidi. A parte final é geralmente o “ TET” que tem um ritmo rápido, com acentos em staccato e fora do normal, ou em lugares inesperados.

padrão assuit - galabiya bordada em prata ou ouro
Dança Baladi
Raqs Baladi é a forma folclórica ou social do que conhecemos como dança do ventre. Ela é mais estacionária se comparada a Dança Oriental propriamente, que usamos para performances de entretenimento, com menor uso de braços, e o foco bem centrado nos movimentos do quadril.
A dança Baladi, tem um sentimento mais "pesado", com a dançarina aparentemente relaxada e muito conectada ao chão. É apresentada com a música no mesmo estilo. A roupa típica para as apresentações desta dança, é um longo vestido que cobre a barriga, podendo ser muito simples e tradicional ou ricamente adornado.
Tradicionalmente, um vestido baladi nos lembraria da versão teatral da roupa tradicional egípcia.  A versão mais comum traz  um vestido que tem uma saia reta com aberturas laterais, longas mangas que podem terminar nos cotovelos e que tem uma gola parecida com uma camisa. Tecidos com listras, ou no padrão Assuit, são populares.
Um lenço pode ser usado ao redor do quadril, e uma echarpe na cabeça também é um acessório comum. Uma performance baladi, pode incluir o uso de snjus (sagat), e também pode acontecer da bailarina utilizar uma "Assaya" (bengala).

Fifi Abdou, uma das lendas da dança Oriental Egípcia, do século vinte, é muitas vezes descrita com uma bailarina de estilo baladi, vide-a abaixo.

Vegetais e Frutas Baladi
Em alguns países árabes, nos mercados algumas frutas e vegetais são vendidos e anunciados como produtos “ baladi” incluindo, tudo que é nativo, natural, fresco, e de certa forma sofrendo uma produção artesanal, em detrimento de outros tipos de frutas e vegetais, que são produzidos de forma industrial e em larga escala, por exemplo.

Fonte:
http://www.lulufrombrazil.com.br/pt/baladi-voce-sabe-o-que-e/

domingo, 8 de novembro de 2015

Ritmos: Baladi

É um dos ritmos mais executados no Egito e no Líbano, assim como o Said. Possui marcações fortes e retoma a cultura popular, as origens familiares e o significado da terra natal. A própria palavra baladi, traduzida, significa “minha terra”. Desta forma, também representa aquilo que é simples, comum, do dia a dia. Também é conhecido como beledi ou balady.
Composição
Assim como o Said, possui compasso 4/4. Derivado do Maksoum, que tem um DUM a menos na chamada forma anotada ou cifrada. Isso por que é comum que o Maksoum também seja executado com dois DUMs. Assim, a frase fica desta forma:
DUM DUM TAKATA DUM TAKATA
Características
Com esta marcação dupla no início da frase (DUM DUM), o ritmo precisa ser tocado de forma mais lenta, apesar de existir com outras variações, a exemplo do Masmoudi Saghir. Não confunda com o Masmoudi, que é um ritmo de oito tempos. É utilizado em músicas modernas, clássicas, em derbakes e também na dança folclórica homônima. É comum ser tocado em músicas com trechos de taksim (solos instrumentais) e cantadas.
Como treinar
Comece a tocar os snjus pela frase simples: DUM DUM TAKATA DUM TAKATA. Quando conseguir agilidade, coloque um TAKA no final, para fazer a emenda com o início do ritmo novamente: DUM DUM TAKATA DUM TAKATA TAKA DUM DUM TAKATA DUM TAKATA. Treine o ritmo puro, com a ajuda de um CD (ouça a faixa selecionada abaixo), e depois tente encontrá-lo nas músicas. Repare que nem sempre ele aparecerá da forma simples e poderá receber variações e ficar floreado.

 
Dicas de passos
Como é um ritmo muito forte, os acentos (DUMs) precisam ser bem marcados na dança com básicos egípcios, deslocamentos e batidas de quadril. Atenção: na sua versão folclórica e tradicional da dança baladi, não há passos influenciados pelo balé e pelo jazz, afinal retoma aspectos tradicionais da cultura. Neste caso, é sempre dançado com o pé no chão e com roupas mais simples, nunca com o conjunto saia-cinturão-top.
Em outras músicas em que o ritmo apareça, não valem estas características. O percussionista Hossam Ramzy, em um texto sobre o Baladi, no seu site, afirma que “Se você me perguntar quem é a melhor dançarina de Baladi em todo o Egito hoje, a resposta é simplesmente LUCY”. (tradução livre)
Lembre-se: Você pode tocar os DUMs, TAKs e TAs com a sua mão principal (varia para destros ou canhotos) e os e KAs com a outra. Ou então marcar os DUMs com as duas mãos, enfatizando que são mais fortes.

Fonte:
https://cadernosdedanca.wordpress.com/2010/06/14/o-baladi/

sábado, 10 de outubro de 2015

Ritmos: Masmoudi

O ritmo Masmoudi (ou Masmudi) é um grande conhecido das bailarinas. Este ritmo possui variações que o permitem encaixar desde em músicas clássicas até em dança ghawazee, hoje sendo visto também em músicas para a dança tribal.
Algumas fontes afirmam que é da Andaluzia, enquanto outras indicam que deriva da palavra “masmouda”, nome de uma região ao oeste de Marrocos. A tradução literal se refere a algo que se assemelha a uma base ou suporte, talvez por isso seja tão utilizado e apresente muitas semelhanças com outros ritmos.
 
Composição
Masmoudi Kebir ou Grande Masmoudi (Masmoudi três DUMs) ou "masmoudi de guerra" por apresentar uma cadência agressiva - 8/4 tempos - mais utilizado em solos e em clássicas: 
DUM DUM TAKA TAKA TA DUM TAKA TAKA TA TAKA TAKA TA
Masmoudi Saghir ou Pequeno Masmoudi (Masmoudi dois DUMs) ou "masmoudi caminhando" (usado para deslocamentos) - 4/4 tempos - é praticamente um Baladi, por utilizar a mesma estrutura com um tempo diferente (o Baladi tem 4 tempos, e o Masmoudi, 8. Há também quem diga que o baladi não é um ritmo, mas uma estrutura musical).
A notação gráfica é assim:
DUM DUM DUM TAKA DUM TAKA TAKA TAKA TAKA TA
ou
DUM DUM DUM TAKA DUM TAKA TAKA
Em resumo, repare que o ritmo é composto por duas frases de quatro batidas.
O ritmo aparece em músicas clássicas, modernas e até em tribais e gawazzees
Como treinar
Como se trata de um ritmo longo, você pode começar treinando a primeira frase e depois a segunda, separadamente. Aos poucos, treine a união de ambas, tocando sem parar a ligação. Acompanhe as duas versões que selecionamos para este post e comece a praticar.
 
Dicas de passos
Na versão mais lenta é possível usar desde batidas laterais, para marcar com ênfase os DUMs e twists, até ondulações. Já na outra versão, você pode fazer deslocamentos com básicos egípcios para frente e atrás e marotos.
Para encontrar o Masmoudi precisamos ficar atentos ao ouvir uma música clássica. Geralmente ele se associa aos deslocamentos e também aparece muito junto com Baladi. Para ilustrar melhor este ritmo decidi colocar uma música clássica interpretada pela dançarina Luciana Nogueira: Nasma de Sayed Balaha! 

Fonte:
https://cadernosdedanca.wordpress.com/2010/07/26/masmoudi/
http://www.dancadoventrebrasil.com/2009/05/ritmos-masmoudi.html

sábado, 3 de outubro de 2015

Ritmos: Karcilama (e dança também)

De origem turca, é conhecido também como Karsillama, Karsilama, Karshlama, Karcilama, Karschilama ou até mesmo Turkish Roman, por alguns profissionais, pela grande influência dos ciganos na música turca. Seu significado é frente a frente, cara a cara (a palavra afina-se com uma dança homônima da Turquia).
Características
Este ritmo é pouco comum na música ocidental. É composto por um compasso também raro 9/8, além de possuir três TAS fortes no final da frase musical. Também é chamado de “aqsaaq”, cuja tradução é “aquilo que marca” ou “quebrado”.
Sobre o ritmo em si, Merit Aton deixa bem claro que é um compasso de 9/8, com formação de três compassos de dois tempos e um de três. Shira também é uma grande referência com relação ao ritmo e toque de snujs.
Composição
Repare nos TAS característicos ao final da forma grafada.
A sua versão base é assim: DUM TAK DUM TATATA
Uma outra forma, mais completa e floreada é esta: DUM TAKATA TAKA DUM TATATA
Como treinar
Comece a tocar os snjus pela frase simples. Lembre-se  os DUMs, TAKs e TAs toque com a sua mão principal (varia para destros ou canhotos) e os e KAs com a outra. Ou então marque os DUMs com as duas mãos, enfatizando que são mais fortes. Treine o ritmo puro, com a ajuda de um CD e depois tente encontrá-lo nas músicas.
A dança
O mais autêntico seria dançar com um casal de homem e mulher ou em duplas de homens. Atualmente é bastante comum dançar o Karsilama em solos. Sabe-se que foi levada para a Grécia por imigrantes e lá se tornou a Zeybekikos. Nela, duplas dançam juntas fazendo quatro passos fortes e marcados. Em geral, é executada pelas Cengis, ciganas turcas, que giram suas sais e usam pandeiros como acessórios complementares.
Existem dois tipos. A dança Karsilama urbano, semelhante à dança do pandeiro, porém, o acompanhamento musical usa exclusivamente o ritmo homônimo e suas variações floreadas. Já a Karsilama é uma mistura de dança Sule Kule com a dança do ventre que conhecemos. Veja no YouTube como é a dança, em uma versão para palco e outra mais tradicional.
Originalmente o nome de um ritmo turco, o 9/8, mas também é utilizado por dançarinas como um estilo de dança turco. Ao longo dos tempos referenciou-se também como uma dança, e dependendo da região da Turquia, um país de grande extensão geográfica, é utilizado com passos bem típicos e diferenciados, com snujs, com colheres turcas ou mesmo sem acessório. Assim, temos Karshillama da região da Tracia, Rumeli, Merzifo, Edirne, Gumulcine, Tarakli, Bilecik e até mesmo dos Bálcãs, que por sua vez é conhecido como Mastika.
Dicas de passos
O Karsilama é um ritmo alegre, animado, o que não significa que seja acelerado. Como é mais usado com pandeiros ou meias-luas, é fácil encontrar movimentos comuns ao uso destes acessórios, como as batidas de quadril, ombro, giros e até shimies para os momentos mais acelerados. Agora que você já conhece alguns passos, veja a performance da bailarina Saida, em DVD instrutivo lançado com Mario Kirlis em 2007.
Curiosidades
Uma música bem típica é “Rampi, Rampi”. Muitos referenciam Karsilama Urbana quando dançada com snujs, uma outra possibilidade. Sobre os movimentos típicos, a idéia é mostrar força e energia, com bastante vibração dos quadris, pélvis, ondulações laterais e movimentos de 8 grandes. Já na parte de traje, o mais típico é encontrar a dançarina com calças folgadas, sem moedas, com ou sem lenço no quadril.
Assim, após todo este estudo a diretriz para quem quer estudar mais sobre Dança do ventre turca ou especificamente sobre Karshillama, é que se baseie em sites e vídeos de dançarinas turcas com renome internacional, ou seja, procurem realmente as fontes diretas, as raízes, de onde veio tal estilo/ritmo. Analisem sempre as referências e inicialmente tenham um aprendizado autêntico do estilo, para depois sim, usá-lo total ou parcialmente, como fusão ou não, mas sempre deixando bem claro qual a sua proposta de dança.

Fonte:
http://www.ventrequeencanta.com.br/karshilama.html
https://cadernosdedanca.wordpress.com/2010/10/25/karsilama/

sábado, 26 de setembro de 2015

Ritmos: Samai

Samai (samaai, samahi, samaaiat) é um ritmo de origem turca, e o Darig é originário da Argélia, mas inspirado no primeiro. Em árabe, samai é escutar.
Samai não é um nome comum para a maioria das dançarinas, mas é um ritmo presente em muitas músicas. Darig nada mais é que uma versão menor do Samai. 
Composição
Este é um ritmo com composição 10/8, dividido em três partes (khanat). A primeira e a terceira têm 3 tempos enquanto que a segunda possui 4. A quarta parte possui uma estrutura diferente, geralmente 3/4 ou 6/4, desta última parte que deriva o ritmo argeliano Darig.
Puro, aparece assim:
DUM TAKA TAKA TA TAKA DUM DUM TA

Floreado, aparece como:
DUM TAKA TAKA TAKA _ TAKA TAKA DUM TA DUM  _ TAKA TAKA TAKA

Dessa forma, o ritmo Samai não é uma sequência pequena repetida diversas vezes, o ritmo é praticamente - aos nossos ouvidos ocidentais - uma música inteira. Portanto, o que muitas vezes ouvimos como ritmo Samai, é na verdade uma parte de sua estrutura (khanat).
Esses exemplos são as variações simples do ritmo. Como qualquer ritmo, ele pode ser floreado, algumas vezes parecendo mais longo ou mais curto.
Em algumas músicas, encontramos o terceiro khanat sendo associado ao Darig, como neste vídeo da Suheil abaixo.

Características
O Samai costuma aparecer em músicas clássicas egípcias e nas músicas sufi turcas. Sua delicadeza deixa a música mais rica e encantadora. É um ritmo  lento, mas muito complexo.

Como treinar
É extremamente difícil encontrar alguém que dance o samai tocando snujs, mas estes instrumentos são ótimos para praticá-lo e entender as partes do silêncio e onde marcar mais forte.
Você pode marcar os DUM com as duas mãos para dar mais impacto e revezar o TA na mão direita e o KA na esquerda. Sinta-se à vontade para fazer invertido.
Se preferir praticar dançando, marque os DUM com algumas batidas secas e nos TA e KA, faça movimentos suaves.
Dica de passos
Como este ritmo aparece em músicas clássicas, aproveite para fazer os passos mais antigos da dança do ventre como oitos e se for fazer tremidinhos, que sejam leves.
Assista aos vídeos das bailarinas antigas e observe como elas são delicadas e a dança mais contida. Dançar o samai é inspirar-se nas origens. Oitos, camelos, pivôs, movimentos de braços e pernas devem ser feitos de forma tranquila.
Como o próprio nome do ritmo sugere, escute a batida com o seu próprio corpo e boa dança!

Fonte:
https://cadernosdedanca.wordpress.com/2010/08/30/samai/
http://www.dancadoventrebrasil.com/2011/03/ritmos-samai-e-darig.html

sábado, 19 de setembro de 2015

Ritmos: Saidi

Saidi, Said ou Saidee? As grafias são muitas, mas o ritmo é o mesmo. Geralmente é o primeiro ritmo que é ensinado nas aulas de dança do ventre porque ele está presente na maioria das músicas. Segundo o site do músico Pedro Françolin, é uma variação de outro ritmo, o Maksum. Por isso, também é chamado de “maqsum said” e leva esta nomenclatura por que se originou da região de Said, localizada no alto Egito.

Composição
É um ritmo de compasso 4/4, formado por um DUM inicial e dois DUMs no meio da frase. Assim, sua forma é o contrário do Baladi, em que os DUMs estão no início. A frase fica assim, se tocada completa: DUM TAK DUM DUM TAKATA

Características
O ritmo tem marcações bem fortes, é vibrante e alegre. Acompanha instrumentos de percussão (tabla, derbake ou dumbek), rababa (violino) e o mizmar (flauta). Aparece em músicas modernas, clássicas, solos de derbake ou folclóricas. Na dança da bengala ou do bastão, a bailarina precisa usar um vestido que cubra o corpo ou túnicas, conhecidas como galabias, retomando um pouco da origem da dança.
É um ritmo muito importante no pais, bem marcado e alegre, com batidas fortes. No Said há dois Duns no meio da frase. Presente em músicas clássicas, solos de derbake, músicas folclóricas e na maioria das músicas modernas (cantadas ou não).
Nas folclóricas ele é ideal para a dança da bengala ou do bastão masculina (Tahtib). Nestes dois casos é geralmente acompanhada pela flauta mizmar.
Ritmo também usado na dança Dabke e tocado ainda para a dança dos cavalos, em que estes marcam as batidas mais fortes do ritmo com batidas de suas patas no chão.

Como treinar
Comece a tocar os snujs pela frase simples: DUM TAK DUM DUM TAKATA. Quando conseguir agilidade, coloque um TAKA no final, para fazer a emenda com o início do ritmo novamente: DUM TAK DUM DUM TAKATA TAKA DUM TAK DUM DUM TAKATA. Treine o ritmo puro, com a ajuda de um CD (ouça a faixa selecionada abaixo), e depois tente encontrá-lo nas músicas. Repare que nem sempre ele aparecerá da forma simples e poderá receber variações e ficar floreado.

Dicas de passos
Você pode abusar de batidinhas de quadril para fazer as marcações. Como retoma e representa a vida cotidiana, relaxe um pouco a postura ereta dos braços usados nas músicas clássicas e descer da meia ponta em alguns momentos. É um ritmo bem alegre e marcado e você pode fazer saltinhos – alguns típicos do Said folclórico – redondos, tremidinhos e jogos de ombro. Não esqueça de sorrir bastante e brincar com o público!

Lembre-se: Você pode tocar os DUMs, TAKs e TAs com a sua mão principal (varia para destros ou canhotos) e os e KAs com a outra. Ou então marcar os DUMs com as duas mãos, enfatizando que são mais fortes.

Fonte:
https://cadernosdedanca.wordpress.com/2010/06/07/o-ritmo-said/
http://www.centraldancadoventre.com.br/a-danca-do-ventre/ritmos/16/said/22

sábado, 12 de setembro de 2015

Ritmos: Malfuf

Embrulhado, ou enrolado seria a tradução literal mais adequada para a palavra que dá nome ao ritmo desta semana. Malfuf, Malfouf, Leff, Luff ou Laff é um ritmo que originário da África, em especial do norte do continente. Muito conhecido no Egito e Líbano, sua cadência é muito parecida com a de ritmos muito ouvidos no Brasil, como o forró ou baião (um dos ritmos que os árabes haviam incorporado na nossa cultura). É um ritmo bem forte, vibrante. 
Composição
Sua composição é muito simples, trata-se de um 2/4. A frase musical é curta: DUM TAKA TAKA
Mas afinal, se a composição é simples, por que a tradução do nome retoma a ideia de enrolar, embrulhar? Uma das explicações diz que ele é utilizado nas músicas de Melea Laff (dança do lenço enrolado, usado também como gíria: "enrolação"). Outra justificativa: este ritmo é usado para entradas e saídas. Ou seja, ele introduz e finaliza a música e a passagem da bailarina, enquanto o centro da apresentação contém o recheio, ou seja, toda a técnica da dança. Por fim, há outra que faz referência aos famosos (e deliciosos) charutinhos, arroz e carne enroladinhos por repolho ou folhas de uva.
Aqui abaixo temos um Malfuf no derbake logo no início do vídeo, e abaixo um Malfuf na entrada e na finalização de uma música clássica interpretada pela dançarina Polímnia Garro.
 

Características
Ele aparece muito em solos de derbake e em músicas clássicas, possuindo ainda uma versão mais lenta no Raks El Shamadã (Dança do Candelabro) e no Melea Laff sua versão é muito acelerada. O Malfuf rápido aparece nas entradas e nas saídas nas músicas clássicas, logo muito presente para deslocamentos. No geral ele é primordialmente usado para marcar a transição dos diferentes trechos melódicos, o que faz com que ele seja visto como um ritmo "ponte", ligando momentos diferentes da apresentação. Apesar de ser usado em danças antigas e de origem folclórica, tal como o Hagalla e o Dabke, o ritmo é encontrado em músicas modernas e coreografadas para grupos.

Como treinar
Como sempre, comece pela frase simples e depois tente acelerar o ritmo.

Dicas de passos
Como já foi dito, o Malfuf aparece com frequência nas aberturas e finalizações de músicas clássicas e durante os derbakes. Por isso, a preferência é que a bailarina opte por fazer deslocamentos, mostrando leveza, agilidade e domínio do espaço. Sua forma acelerada permite fazer passos como passeio no bosque, caminhadas e giros.

Fonte:
http://www.dancadoventrebrasil.com/2009/05/ritmos-malfuf.html
https://cadernosdedanca.wordpress.com/2010/06/28/malfuf/

sábado, 5 de setembro de 2015

História da música árabe

Dei uma parada no estudo dos ritmos para falar deste assunto porque achei bem legal e mantém o assunto principal em foco: música árabe.
O termo música árabe  pode ser aplicado a vários estilos e gêneros de música distribuídos por vários países, com culturas diversas, já que a cultura do povo árabe se espalhou por diversas áreas, em especial no Oriente Médio e na África do Norte.
Ela é caracterizada por uma ênfase na melodia e ritmo, em oposição à harmonia. Há alguns gêneros de música árabe que são polifônicos, mas normalmente, a música árabe é homofônica.
Tal tradição possui raízes na poesia do período pré-islâmico conhecida como "jahiliyyah" (ou "poesia do período de ignorância"). O canto era tarefa confiada às mulheres com belas vozes que aprendiam também a tocar instrumentos (tambor, ud, rebab, etc...) e em seguida, executavam canções respeitando a métrica poética. As composições eram simples, cantadas em um único "maqam" (sistema modal utilizado na música árabe tradicional). Tanto a composição quanto a improvisação musical são baseados no sistema maqam. Maqams são executados na música vocal ou na instrumental sem incluir o componente rítmico.
  • Al-Kindi (801-873 d.C.) foi o primeiro grande teórico da música árabe. Propôs a adição de uma quinta corda ao ud e teorizava sobre a conotação cosmológica da música. Publicou quinze tratados de teoria musical, sendo que apenas cinco restaram. É em um de seus tratados que a palavra ''muziqa" foi usado pela primeira vez em árabe.
  • Abulfaraj (897-967) escreveu importante livro, o "Kitab al-Aghani", uma coleção de poemas e canções em mais de 20 volumes entre os séculos VIII e IX.
  • Al-Farabi (872-950) escreveu um livro notável sobre a música islâmica intitulado ''Kitab al-al-Kabir Musiqi'' (O Grande Livro da Música). Seu sistema tonal ainda é usado na música árabe.

Om Kalsoum
Em 1252, Safi al-Din desenvolveu uma forma única de notação musical, onde ritmos foram representados por formas geométricas.
No século 20, a cidade do Cairo torna-se um centro de inovação musical. Ali, a primeira mulher a assumir uma abordagem musical secular moderna foi Om Kalsoum, rapidamente seguida pela libanesa Fairuz, ambas consideradas lendas da música árabe.
Em 1932, é realizado o Congresso de Música Árabe, um grande simpósio e festival que reuniu no Cairo de 14 de março a 3 de abril estudiosos e artistas de todo o mundo de língua árabe. Delegações de músicos de Argélia, Egito, Iraque, Marrocos, Síria, Tunísia e Turquia se fizeram presentes. Sugerido ao rei Fuad I pelo barão Rodolphe d'Erlanger, o Congresso pretendeu ser o primeiro fórum em grande escala a apresentar, discutir, documentar e registrar as inúmeras tradições musicais do mundo árabe, Norte da África e Oriente Médio (incluindo a Turquia), discutindo-se o futuro, passado e presente da música árabe, pois à época acreditava-se que várias de suas manifestações estavam em declínio, fazendo recomendações para a sua revitalização e preservação. Foram registradas 360 performances pelos grupos visitantes, sendo gravados 162 discos pela empresa HMV (EMI). Além disso, propostas para a modernização e padronização da música árabe foram apresentados, incluindo uma proposta para uniformizar o sistema tonal para 24 compassos por oitava, restaurando o sistema anterior não-temperado, inerente aos antigos estilos. O delegado egípcio Muhammad Fathi recomendava que os instrumentos ocidentais fossem integrados aos conjuntos árabes, devido ao que ele acreditava serem suas superiores qualidades expressivas. Três congressos semelhantes foram realizadas nos anos seguintes, mas nenhum da dimensão e influência do que ocorreu em 1932.
Durante os anos 1950 e 1960 a música árabe começou a assumir um aspecto mais ocidental com instrumentos e letras árabes. Melodias são muitas vezes uma mistura entre estilos orientais e ocidentais.

Fonte:
http://www.infoescola.com/musica/musica-arabe/

sábado, 29 de agosto de 2015

Ritmos: Jerk

É muito difícil encontrar a origem do ritmo jerk, também conhecido como jark ou sherk. Se você souber, comente abaixo para aprendermos mais sobre esse ritmo que tem a estrutura familiar ao samba brasileiro.

Composição
É um ritmo de compasso 4/4 com três DUM e dois TA. Fica assim: DUM TA DUMDUM TA.
Características
É muito comum encontrar o jerk em músicas modernas, mas nada impede que a gente o escute em algumas clássicas e até mesmo em músicas populares. Costuma também ser tocado em solos de derbake com o ritmo puro, como demonstrado acima, ou floreado: DUM KAKATA TAKA DUM DUM TAKATA TAKA, o que pode modificar a velocidade dele para permanecer um ritmo 4/4.

Como treinar
Este ritmo pode ser tocado com snujs enquanto a bailarina dança. O DUM pode ser tocado com as duas mãos para que o som saia com mais intensidade ou com a mão direita. Pode ser a esquerda, se preferir. Depois, só tocar com a outra mão os TA. O jerk floreado costuma ser tocado pelos derbakistas, quase nunca por nós, bailarinas, tamanha a sua velocidade.

Dica de passos 
O jerk apresenta característica de músicas pop, mesmo aparecendo em arranjos clássicos, mas quando é tocado é legal explorar movimentos modernos e mesclar com passos tradicionais. Uma dica é brincar com o básico egípcio sem ser da forma tradicional, parada e batendo o quadril com uma das pernas levemente colocada na frente da outra. Brinque com batidas para os lados, frente e trás, sendo que o seu pé acompanha a direção do quadril. Se preferir, use os passos para se deslocar enquanto dança. Movimentos do jazz são bastante incorporados a este ritmo e, se você souber, dá até para sambar. Você pode marcar o ritmo inteiro, ou só os DUM ou TAs, com ombros, peito, cabeça etc., mas também é possível brincar com ondulações. Tudo depende da sua inspiração.

Selecionamos uma faixa do CD Jalilah’s Raks Sharki Vol 4 para mostrar o ritmo floreado e como ele aparece em duas músicas clássicas.

Fonte:
https://cadernosdedanca.wordpress.com/2010/07/19/jerk/

sábado, 22 de agosto de 2015

Ritmos: Chiftetelli

A palavra Chiftetelli (ciftitelli, chiftetelli, chifatelli, chifftatelli, chifititelli, tsifteteli ou shiftaatellii) tem diversos significados. Na Grécia, por exemplo, Tsiftetelli (Tschifftitilli) é usado para referir-se à dança do ventre em geral, ao bellydance do inglês.
A palavra também é utilizada para identificar o ritmo que acompanha o Taksim, improvisação melódica de um instrumento. Além disso, é o nome de um ritmo, como você já deve ter ouvido falar. É muito comum em músicas gregas, turcas e americanas usadas nas apresentações de dança do ventre.

Características
Diz-se que a Grécia ou a Turquia podem ser a pátria mãe deste ritmo 8/4. Na Turquia, além de ser usado nas apresentações de dança do ventre, também é comum nas danças de casais.
Algumas pessoas o confundem com outro ritmo, o El Zaffa, ou com o Whada wa noz. A diferença, no entanto é no acento ou na finalização dos ritmos. O Whada wa noz é tocado com a frase DUM TAKA TAKA DUM DUM TAK, enquanto o Chiftitelli é terminado com DUM TAKATA. Veja a composição e a notação gráfica abaixo. Segundo o site do derbakista Pedro Françolin, os egípcios costumam usar uma versão simplificada deste ritmo, que recebe o nome de Whada Khabir.
Composição
Entender a composição deste ritmo pode ser muito confuso, pois é encontrado com diversas notações e formas, inclusive com dois DUMs na segunda parte.
Pode ser tocado em duas velocidades. Quando é rápido, costuma ser usado em apresentações de casais ou grupos, pois as músicas assumem uma batida mais ágil e o efeito é uma dança mais alegre, ideal para este tipo de situação. Já na sua forma mais lenta, é preferido por bailarinas em solos, trabalhos de chão e ondulações, pois a melodia fica mais sensual.
Sua base é muito semelhante à um Maksum e a forma gráfica fica assim:
DUM – KATA – KATA – DUM – TAKATA  (de acordo com o derbakista e professor Rodolfo Bueno, Ruka)
Ou ainda: DUM – TAKA – TAKA – DUM – TAKATA
Outra opção: DUM – TAKA – TA – TAKA – TA – DUM – TAKATA
Forma encontrada em referências de derbakistas estrangeiros: 
DUM – TAKATA – TA – TAKATA – DUM – DUM – TA – TAKA
Repare que, em geral, a estrutura se mantém e é o floreio que vai sendo interpretado de formas diferentes.

Como treinar
Como sempre, comece tentando tocar o ritmo em sua forma mais pura e sem a ligação entre frases. Quando conseguir agilidade e decorar a frase musical insira a ligação e comece a treinar suas variações. Acompanhe a faixa que selecionamos.

Dicas de passos
Como você já leu acima, na versão mais lenta, costuma ser usado em solos, taksims e em trechos de dança de chão. Por isso, inspira nas bailarinas movimentos lentos, bem trabalhados e ondulações caprichadas. Também é uma ótima oportunidade para explorar braços e peitoral.

Fonte:
https://cadernosdedanca.wordpress.com/tag/maksum/

sábado, 15 de agosto de 2015

Ritmos: Maksum

Vou começar a sessão de ritmos e colocar os mais importantes que uma bailarina deve conhecer.
O Maksoum (maqsoum, maksum, maqsum) é o pai de todos os ritmos egípcios, segundo o músico Hossam Ramzy. Afinal, sua estrutura é semelhante a do Said, Chifttelli e, principalmente, a do Baladi. Cortado ao meio, ou partido ao meio é a tradução literal da palavra que dá nome a este ritmo muito utilizado em músicas no Egito, Síria, Norte da África, região do Golfo e Tunísia, onde também é conhecido como Duyek.

Composição
Você já sabe que a estrutura do Maksoum é muito parecida com a do Baladi. Agora vejamos porquê. A frase musical do Baladi é esta: DUM DUM TAKATA DUM TAKATA. O Maksoum não possui um dos DUMs inicial e tem uma pausa no meio do ritmo, tal como explica o músico Mario Kirlis (Bellydance instructivo com Mario Kirlis e Saida – DVD 1). Por isso também é chamado de Baladi um DUM. Daí o significado da palavra fazer alusão a algo partido.
Assim, a notação gráfica fica: DUM TAK (pausa) TAK DUM TAK
Uma forma floreada que pode assumir é: DUM TAKATA DUM TAKA (TAKA).

Características
É um ritmo de quatro tempos e existe uma variação mais rápida e mais lenta, na qual se torna muito semelhante ao Masmoudi. Dizem que o Baladi é uma forma folclórica deste ritmo. É muito usado em músicas modernas, solos de derbake e baladis. A pausa do meio da frase musical gera um acento mais forte no contratempo.

Como treinar
Treine o ritmo puro, com a ajuda de um CD, e depois tente encontrá-lo nas músicas. Repare que nem sempre ele aparecerá da forma simples e poderá receber variações e ficar floreado, principalmente no final da frase. Neste site você pode ver as diversas formas em que ele pode ser encontrado. Não se preocupe, nós alunas não precisamos conhecer todas elas. Basta saber a base para dançar e tocar nos snujs.

Dicas de passos
No vídeo acima, o derbakista e a bailarina fazem uma breve e simples apresentação do Maksoum. Note como ela também explora o peitoral, além do quadril para fazer as tão importantes marcações de ritmo. A argentina Saida e o músico Mario Kirlis elaboraram um capítulo do DVD instrutivo de ritmos especialmente sobre o Maksoum. Veja como ela faz as marcações com o quadril, em especial com variações do básico egípcio, e como explora o contratempo e a pausa (vídeos abaixo).
 

Lembre-se: Você pode tocar os DUMs, TAKs e TAs com a sua mão principal (varia para destros ou canhotos) e os e KAs com a outra. Ou então marcar os DUMs com as duas mãos, enfatizando que são mais fortes.

Fonte: 
https://cadernosdedanca.wordpress.com/2010/07/12/maksoum/

sábado, 8 de agosto de 2015

Curiosidades: Os ritmos e suas especificações

A música árabe possui a seguinte divisão:
Moderna = música feita com elementos novos, modernos; que foge do clássico habitual.
Clássica = música feita aos moldes tradicionais, habituais, como as canções de Abdel Halim Hafez.
Folclórica = as canções que nasceram do meio do povo. Representam a sabedoria popular, como o dabke, que é uma dança árabe folclórica muito tradicional no Líbano.
Baladi = música tocada ou cantada na região, na aldeia, no vilarejo. É a música que faz relembrar as origens, as raízes.
Baladi Folclórico = termo, que significa meu povo ou minha terra, se refere genericamente às danças folclóricas egípcias e às músicas que as acompanham.
A principal característica dos ritmos árabes é a nota dum. É o coração do ritmo. Quando aquele se torna imperceptível, este perde sua vida, sua identidade.
Dum é a nota mais grave do ritmo e a mais vibrante. É a nota que precisa estar obrigatoriamente bem perceptível (não ser confundida com as outras notas) e clara (não estar sob efeito de eco ou excessiva reverberação acústica).
Entre as inúmeras características importantes da nota dum, podemos mencionar três:
1 - Auxiliar no reconhecimento do ritmo propriamente dito;
2 - Auxiliar no reconhecimento de seu compasso;
3 - Identificação do ritmo representado graficamente.

Nomenclatura dos ritmos
Maksum ou Baladi 1 dum - Ritmo tocado de forma mais rápida. Considerado o pai de todos os ritmos. É um dos mais usados para a dança do ventre. 
Andamento: (4/4) Notação gráfica: DUMTá, TáDUMtátáká
Baladi - O baladi é sem dúvida o mais comum e o mais conhecido dos ritmos árabes. Trata-se da versão lenta do maksum, apresentando caracteristicamente dois dums em sua inicial. 
Andamento: (4/4) Notação gráfica: DUMDUM,tákáTá,DUM,tákáTá,táká
Existem muitas variações do baladi, como por exemplo:
Baladi (clássica egípcia)
Andamento: (4/4) Notação gráfica: DUMDUM,ká,KÁ,DUM,ká,KÁ,táká
Saidi - O saidi, derivado da essência do maksum, é reconhecidamente bastante similar ao baladi e amplamente utilizado como ritmo-base na execução de determinadas danças folclóricas árabes como a dança com a bengala (raks el assaya) e a dança com o bastão (tahtib).
Andamento: (4/4) Notação gráfica: DUM,Tá,tákáDUM,DUM,tákáTá,táká
Karatchi - Curiosamente o karatchi é um ritmo de característica marcante, pois inicia-se com um Tá (batida aguda) e não com um dum (batida grave) como os ritmos abordados. Sua execução resume-se a uma sequência de cinco batidas, usando alternadamente as mãos, e finalizando na sexta batida com o dum.
Andamento: (2/4) Notação gráfica: TákátákáTá,DUM
De sua versão simplificada, é possível se extrair inúmeras variações:
Notação gráfica:
DUM,Tá,tákáDUMDUMDUM,tákáTá,táká (3 dums)
DUMkáTákátákáDUMkáDUMkátákáTákátáká (alternada)
Chiftetelli - Existe controvérsia a respeito da origem desse ritmo. Devido à etmologia do nome, talvez seja originário da Turquia. Outra corrente acredita que o chiftetelli advenha da antiga Grécia. De fato, estas contradições são normais, uma vez que os ritmos grego e turco muito se confundem ao longo da história. Trata-se, portanto, de um ritmo bastante complexo que permite liberdade ao percussionista para apresentar variações. É usado primordialmente no âmbito da música árabe para acompanhar solos instrumentais de taksim (improvisação) de instrumentos como o alaúde, o kanun, o violino etc.
Andamento: (8/4) Notação gráfica: 
DUM,tákátá,tátákáDUM,tá,ká,DUM,DUM,tá
DUM,káKÁ,DUMKÁ,DUM,DUM,ká
DUM,kákátákátá,kákátákátá,ká,DUM,DUM,TÁ
BoleroAndamento: (4/4) Notação gráfica: DUM,kákáTá,kákáTákáTákáDUM,Ká
Rhumba - Devido à grande semelhança entre esses dois ritmos, serão tratados em conjunto. A rhumba é caracteristicamente executada de forma mais rápida do que o bolero, pois sua variação-base apresenta exatos nove toques divididos em intervalos curtos. A do bolero apresenta doze toques em intervalos mais longos.
Andamento: (2/4) Notação gráfica: DUM,tákátá,Ká,Tá,Ká,DUM,ká
Zaffa - Semelhante a uma marcha, o zaffa é um ritmo bastante executado nos países do norte africano (Saara), principalmente no Egito. Sua forma simples permite extrair inúmeras variações. É importante ressaltar que ao final de cada período executado, deve-se fazer uma pequena pausa (característica marcante), que não pode ser suprida.
Andamento: (8/4) Notação gráfica: DUM,tákátá,tá,DUM,tá,tá(pausa)
Existe a possibilidade de se unir dois períodos, adicionando-se ao intervalo uma batida tá, porém ao final, a pausa é imprecindível.
Notação gráfica: DUM,tákátá,tá,DUM,tá,tá,tá,DUM,tákátá,tá,DUM,tá,tá(pausa) 
Saudi /Soudi/ - O ritmo saudita, também é conhecido pelo nome de khaliji, está ligado à região geográfica do Golfo Pérsico ou Península Arábica. Trata-se de um ritmo bastante simples, apresentando dois dums na sua forma estrutural. É um dos ritmos-base para a dança folclórica chamada dança do Khaliji (raks al khaliji) ou dança do Golfo.
Andamento: (2/4) Notação gráfica:
DUMkákáDUMkákáTáká (sequência sem intervalos)
DUMkákáDUMkákáTÁká (inserção da batida TÁ)
DUM,Ká,DUM,kátáká (representação com intervalos curtos)
Ayub - Ritmo de estrutura bastante simplória, o ayub ou zar é utilizado geralmente como introdução ao solo de tabla árabe. Supostamente inspirado no movimento do camelo ou do dromedário. É popularmente conhecido como "ritmo do camelo".
Andamento: (2/4) Notação gráfica: DUM,táká,tá ou DUM,káDUM,Tá

Fonte: 
http://www.webartigos.com/artigos/tabla-solo-ou-solo-de-percussao-parte-2/19101/#ixzz3fUlV8EwU

sábado, 1 de agosto de 2015

Curiosidades: Tabla Solo ou Solo de Percussão

"A música e o ritmo encontram seu caminho pelos lugares secretos da alma." 
Platão

daff
1. História, origem e conceito
Desde os primórdios, a percussão sempre foi algo que fascinou o ser humano. Dados históricos revelam que o tambor foi um dos primeiros instrumentos musicais criados pelo homem. Assim surgem posteriormente os ritmos tribais que acabaram se tornando, muitas vezes, característica marcante de um povo ou nação.
Tabla é a palavra árabe para derbaque.
Destinado em sua totalidade para execução das danças árabes, o solo de tabla árabe possui alto grau de importância dentro da esfera do Oriente Médio. Existem solos específicos para ocasiões específicas. Obviamente, é praticamente impossível falarmos de percussão árabe sem mencionarmos a dança do ventre. Percussão e dança do ventre estão intrinsecamente ligados, e talvez, por isso temos visto algumas bailarinas que também são derbaquistas.
1.1. Percussão do Oriente Médio e diferenças da percussão árabe
É bastante comum vermos serem estabelecidas uma estrita ligação entre a expressão percussão do Oriente Médio e os instrumentos e a música percussiva do mundo árabe.
A percussão do Oriente Médio é uma expressão geral, de sentido lato. Tenta abranger em seu rol a percussão (ritmos e instrumentos) tocada no mundo árabe, bem como a de nações próximas, que não são consideradas árabes (nações do médio Oriente), como a Turquia, o Irã, o Kirquistão e Israel. Inclui-se também a percussão típica de países como o Cazaquistão, o Turcomenistão e o Uzbequistão, que readquiriram independência com o fim da União Soviética.
Podemos notar também que a expressão percussão do Oriente Médio apresenta algumas exclusões, pois não engloba países árabes como o Marrocos e a Líbia.
derbake
1.2. Escolas de percussão árabe
Há duas filosofias doutrinárias básicas de interpretação e de técnica rítmicas, ensinadas nas escolas árabes de percussão: a clássica egípcia e a sírio-libanesa. Como essas filosofias advêm de uma mesma fonte (são escolas irmãs), tentar traçar um quadro de semelhanças e diferenças é uma tarefa complexa.
São semelhantes porque estão ligadas à alma baladi. O ensino visa conhecer e interpretar os ritmos não somente com olhos ou ouvidos, mas também com o coração e com a alma despidos de qualquer formalidade.
As diferenças referem-se ao embasamento teórico para o uso de técnicas de percussão e para a respectiva interpretação das nuanças sonoras e à nomenclatura dos instrumentos percussivos.
Outras características:
Clássica Egípcia: uso de peles naturais; exigência maior das habilidades do músico no uso do sentimentalismo interpretativo.
Sírio-Libanesa: uso de peles artificiais; influência do modernismo.
1.3. Instrumentos
Compõem o rol de instrumentos da percussão do Oriente Médio: tar, riq, daff, tombak ou zarb, derbaque turco, tabla ou derbaque, doholah, doira, bendir, naqarat, hylsung, pandeiro e tamboura.
Quadro geral de instrumentos musicais:
Divisão por espécie
Cordas
Alaúde: considerado historicamente o pai do violão e avô da guitarra, possui som semelhante ao da voz humana.
Buzok: semelhante a balalaica russa.
Kamanja (violino): violino comum.
Kanun: espécie de harpa árabe tocada no colo ou em suporte, pode ser ancestral do piano.
Rabab: tocado com arco, possui som bastante cacterístico e inconfundível.
Sopro
Acordeon: o mesmo que sanfona.
Kernayta: semelhante à clarineta.
Mejwiz: duas flautas em bambú interligadas.
Nai: flauta semelhante a uma flauta doce.
doholah
Percussão
Atabaques e bateria: inseridos na percussão árabe moderna.
Bendir ou daff: pandeiro em diversas dimensões, não apresenta címbalos.
Bongôs: principal instrumento de ritmos caribenhos.
Derbaque ou tabla: principal instrumento da percussão árabe tradicional.
Derbaque turco: Não é um instrumento musical tipicamente árabe, apesar de ser considerado uma espécie de versão da tabla árabe.
Doholah: semelhante à tabla egípcia, porém com sonoridade grave.
Mazhar: semelhante ao riq, porém com sonoridade grave.
O mazhar egípcio tradicional tem címbalos metálicos grandes e pele de cabra. É comumente usado na execução do ritmo do camelo (ayub). O mazhar libanês tem uma versão modernizada sem címbalos. É inspirado no daff ou bendir egípcios, mas permite a utilização de peles mais sofisticadas, com melhor resposta para todo tipo de afinação.
Riq ou daff: pandeiro tenor com cinco címbalos duplos.
Snujs ou Sagat: conjunto de címbalos tocados em ambas as mãos.
Tabel ou tabla baladi: grande tambor utilizado geralmente em festivais. Marca as danças dabke e saidi folclórica.
Zarb ou tombak: instrumento de percussão iraniano feito tradicionalmente em corpo de madeira.

bendir
1.4. Confecção de instrumentos
Bem, sabemos que a percussão árabe se desenvolveu muito nos últimos tempos.
O Egito, por sua vez, sempre foi a maior referência em termos de percussão no mundo árabe. É muito comum percussionistas libaneses preferirem instrumentos confeccionados naquele país.
A tradição e a técnica milenar na confecção pesam em favor dos instrumentos egípcios.
Os instrumentos mais utilizados modernamente em shows são o derbaque (responsável pelo repique), o daff (mantém a ostentação e a força rítmicas), a doholah egípcia e o bendir ou mazhar libanês (que desenvolvem a base rítmica).
Para a execução de grandes solos de percussão entre tablas, a dupla formada pelo derbaque e a doholah deverá permanecer inalterada.
Os primeiros derbaques tocados no Brasil eram confeccionados pelo pioneiro Fuad Haidamus e seguiam o estilo marroquino, em corpo de cerâmica e pele de cabrito ou bode. Em meados de 1995, Haidamus encerrou a produção de derbaques tradicionais em cerâmica e pele de cabrito. Dessa forma, passou-se a utilizar derbaques em pele sintética ou artificial nos shows pelo país afora.
Tabla tradicional x tabla contemporânea
A versão tradicional de derbaque é feita em corpo de barro e utiliza em sua cobertura membrana animal (couro de peixe ou de cabrito). Sua fabricação se perpetua até os tempos atuais. A versão contemporânea – mais próxima a nós – foi criada em meados dos anos oitenta e é confeccionada em alumínio ou fibra e recoberta com pele artificial.
Conforme entendimento dos grandes mestres da percussão árabe mundial, as tablas modernas ou contemporâneas não substituíram as tablas tradicionais de cerâmica, mas tornaram-se uma alternativa para os músicos percussionistas, graças a sua sonoridade provida de méritos.
Esses mestres ainda preferem as versões tradicionais da tabla, porque o couro sabidamente valoriza e individualiza o toque dos dedos, tornando-os um pouco mais nítidos auditivamente. Essa valorização e individualização de tradicionalismo sonoro realçam os solos extremamente técnicos.
As tablas egípcias contemporâneas passaram a ser utilizadas nas orquestras e conjuntos árabes como melhor opção, uma vez que é bastante complicado manter a pele de uma tabla de cerâmica aquecida e esticada durante todo o tempo de um show.
Há também a questão da resistência ao modo de transporte em viagens. Um instrumento com corpo de cerâmica pode facilmente se quebrar, se não estiver bem protegido.
Fuad Haidamus utilizava pesados estojos em madeira maciça para transportar seus instrumentos em perfeita segurança.
tombak
1.5. Ahmed Hammouda e o solo de tabla árabe clássico.
Segundo a história da percussão árabe, o solo de tabla árabe ou derbaque foi criado e pela primeira vez apresentado no Egito pelo célebre percussionista Ahmed Hammouda.
O fato ocorreu durante uma das apresentações de Nagwa Fouad, a princesa do Cairo. Houve algo com a música e ela, então, continuou somente acompanhada por Ahmed. Isso deslumbrou a platéia. Acabara de surgir o solo de tabla.
Hammouda realizou o solo clássico de tabla árabe, incorporando ao ritmo maksum belos enfeites improvisados de sequências de taks, na contagem de 1 e 2, seguidos por paradas de um dum na contagem de 3 e um slap na contagem de 4.
Técnica única desenvolvida que consiste na combinação e encaixe precisos de ritmos folclóricos árabes, em geral, e egípcios, em especial, como a hagalla e o estilo oásis de ritmos beduínos.
Sua invenção, especialmente criada para a dança do ventre foi adotada pela maioria dos percussionistas árabes.
Ahmed Hammouda, trabalhou ao lado de grandes nomes da dança egípcia e é considerado o pai da percussão árabe moderna.
Cabe destacar que Mahmoud Hammouda, irmão de Ahmed Hammouda, foi mestre de Hossam Ramzy, apelidado de Sultan of swing (sultão do ritmo - uma alusão a sua ascendência da família dos pashas) e Embassador of the rithm (embaixador do ritmo). Hossam segue os passos desses mestres, criando novos ritmos musicais e compondo música para a dança do ventre.
tabla
1.6. O solo de tabla árabe no Brasil
No Brasil, a arte do solo de tabla ou derbaque surgiu há aproximadamente trinta anos.
Fuad Haidamus, nascido em 1920 no Líbano, iniciou seus estudos de percussão aos quinze anos de idade com Jamil Flewar, seu grande mestre libanês de derbaque. Radicou-se no Brasil, onde se tornou mestre e pioneiro da percussão árabe.
Inspirado em seu antigo mestre, em meados de 1970, apresentou o que chamou de solo de derbaque. Haidamus, utilizando o daff como instrumento-base, tocado muitas vezes pelo músico Emílio Bunduki, introduziu o estalo nas finalizações das frases rítmicas de maksum (4/4), ayub (2/4) e malfuf ou laff (4/4). Em outras ocasiões, apresentou o solo de tabla sem acompanhamento-base.
Ainda na década de setenta, o solo e o acompanhamento na tabla passaram a ser difundidos pela televisão brasileira por Haidamus, no extinto programa denominado Programa árabe na TV, veiculado pela Rede Gazeta de Televisão. Nesta mesma época, Haidamus e seu irmão, o mestre alaudista Jorge Haidamus, tocaram na novela O astro (1978), da Rede Globo de Televisão, despertando ainda mais o interesse dos brasileiros pela música e percussão árabes.
Fuad Haidamus também acompanhava especialmente as apresentações da notável e lendária bailarina Shahrazad Sharkey (cujo nome de batismo é Madeleine Iskandarian).
Dama e pioneira da dança do ventre no Brasil, Shahrazad passara a se apresentar com frequência no pequeno palco do extinto restaurante Bier Maza, em São Paulo, em 1979.
Curiosamente, São Paulo é o berço tanto da dança do ventre quanto da percussão árabe no Brasil.
Na década de oitenta, o solo de tabla ou de derbaque passou a ser um dos pontos-chave nas apresentações musicais ao vivo.
A repetição sistemática de repiques improvisados e combinados inseridos a uma curta frase rítmica, se tornou a grande característica dessa arte e é o estilo ideal para a prática da dança do ventre.
Aparentemente semelhantes, cada solo se apresenta como um novo desafio para quem dança. Quando trabalhado com precisão, o solo de tabla emociona a muitos sem exceção. Mostrando-se um peça de expressão artística constante e infinitamente renovada.

2. Construção do solo de tabla
A tabla árabe é um instrumento extremamente versátil em termos de sonoridade. Dessa forma com o derbaque é possível realizar inúmeros sons, enfeites e repiques de acordo com o desejo de cada percussionista.
É importante frisar que o solo de tabla pouco evoluiu desde sua criação.
O solo considerado clássico vem sendo muito repetido nos trabalhos de diversos percussionistas em todo o mundo. Ao analisá-lo, podemos observar uma prática bastante comum: o enfeite de duas frases rítmicas seguidas e, ao final, o estabelecimento de um corte ou aparada. Geralmente os ritmos-base mais usados são o baladi, o saidi, o maksum e o falahi.
Essa execução usual, porém, não é uma regra específica rígida para se construir um solo de percussão árabe. Entretanto podem ser elencados alguns elementos que permitem subsidiar uma boa construção tanto do ponto de vista do percussionista, quanto do da bailarina.
Segundo a opinião dos mestres de percussão árabe, o solo de tabla para dança do ventre deveria ser mantido em suas tradicionalidade e originalidade rítmicas, ou seja, no campo das variações rítmicas exclusivamente árabes. Para eles é um equívoco incluir um "samba" no solo, além de outros ritmos como a salsa, o merengue e os ritmos flamencos.
É evidente que a improvisação "infinitamente livre" deve ser realizada com um certo cuidado, respeitando-se a estrutura e os princípios da percussão árabe, mas é extremamente difícil evitar ou impedir a mesclagem de ritmos. Vários mestres da música árabe clássica, como Mohamad Abdul Wahab e Farid el Atrache, nos anos trinta e quarenta, já faziam essa mistura tanto na música para ouvir, quanto para dançar. Atualmente os grande mestres egípcios da percussão, Sayed Balaha e Hossam Ramzy, lançaram obras contendo pesquisas e estudos sobre ritmos brasileiros e latino-americanos.


Fonte:
http://www.webartigos.com/artigos/tabla-solo-ou-solo-de-percussao-parte-1/18669/#ixzz3fF8IZGuv
http://www.webartigos.com/artigos/tabla-solo-ou-solo-de-percussao-parte-2/19101/#ixzz3fUkLSQSj